Bruno Alfano, Caio Lima, Carina Bacelar, Carolina Bastos, Daniel Cavalcanti, Fernanda Miranda, Gabriel Picanço Pereira, Gabriela Caesar, Gustavo Rocha, Igor de Carvalho, Isabela Sued, Luisa Nolasco, Mauro Pimentel e Stéphanie Saramago - Do Portal
15/04/2011Segundo os organizadores do PUC por um Dia, 8 mil alunos do Ensino Médio conheceram, nesta sexta-feira (15/04), os cursos, instalações, projetos e serviços da universidade. Acompanhados de pais e professores, eles visitaram as unidades de ensino, os centros interdisciplinares, os laboratórios e as bibliotecas. Também assistiram a palestras sobre formação profissional, apresentações culturais e a exposições como "Brinquedo: Mensageiro das infâncias", produzida pelo Centro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha.
Com o objetivo de facilitar a escolha das carreiras universitárias, a iniciativa aproximou os adolescentes de professores, pesquisadores e estudantes dos diversos departamentos. Às informações teóricas, somaram-se programas interativos, como a palestra de informática e atividades no bosque. No tour pelo campus – reserva ambiental da Mata Atlântica –, eles observaram ainda exemplos de empreendedorismo e produção científica. Chamavam a atenção dos visitantes, por exemplo, os protótipos criados pelos alunos de engenharia.
Programação variada antecipa Olimpíada... de matemática
Quem pensa que vestibulando tem aversão a provas está errado. A "Olimpíada Relâmpago", do Departamento de Matemática, reuniu cerca de 40 alunos e mostrou por que é um sucesso desde 2005 no PUC por um dia.
– Todo ano o auditório fica razoavelmente cheio. Nós tivemos de pedir esse auditório maior, porque a sala anterior lotava – conta o professor Nicolau Saldanha.
Os três primeiros colocados receberam um livro da área, mas o prêmio aos que resolvessem as quatro questões não é necessariamente a motivação principal. O aluno do terceiro ano do Colégio Santo Agostinho Bernardo Coimbra, de 16 anos, viu no desafio "olímpico" uma forma de solucionar a dúvida sobre o curso universitário: engenharia química ou matemática. "Também quis testar meu conhecimento sem valer nota", acrescenta.
Nova geração de jogos virtuais estimula a formação na área
Na palestra do Departamento de Informática, uma das mais concorridas, o professor Bruno Feijó destacou os avanços do entretenimento digital. Na sala lotada, Feijó explicou como a inteligência artificial virou a estrela da quarta geração de jogos virtuais. Esse tipo de tecnologia permite que os personagens tenham uma “vida própria”.
– O game vai quase pensar por si próprio. Nós fazemos a programação e ele faz o resto sozinho. Os personagens pensam, agem e sentem, sem precisar clicar em um botão para isso acontecer – descreveu.
Outra característica marcante da nova safra de jogos é a maior interatividade, por meio de novas interfaces (controles de videogames e câmeras, por exemplo). “Com uma câmera virtual, pode-se interagir com outro usuário do jogo”, observou o professor. Ele ainda ressaltou que a qualidade na simulação física vai crescer muito:
– Os jogos parecerão cada vez mais a vida real. As histórias ficarão não lineares e mais interativas.
O professor acrescentou que, embora o mercado de jogos virtuais ainda seja limitado no Brasil, a tendência é se tornar mais abrangente. “Muitas empresas já adotam esse método para treinar os funcionários”, exemplifica. Outro segmento potente para o entretenimento virtual é o de cinema e TV:
– Alguns ex-alunos, especializados na tecnologia de entretenimento virtual, trabalham hoje em emissoras de TV criando cenas extraordinárias com efeitos especiais, que alguns profissionais da área de informática (sem conhecimento de jogos) não conseguem fazer.
Feijó afirmou que alguns games também são utilizados em tratamentos para crianças com câncer e casos de depressão e autismo, entre outros. O professor explicou que tais recursos podem auxiliar a atenção, a percepção e no desenvolvimento de ideias. Ele, no entanto, ressalvou: “Essa tecnologia deve ser aplicada da maneira certa, sem perder o controle, para que não haja um efeito nocivo”.
Estudantes de direito dividem experiências
Cerca de 250 alunos do Ensino Médio assistiram, no ginásio, à palestra “Onde está o Direito? O Direito em nosso cotidiano”, ministrada pela professora Marcia Bernardes. A iniciativa também reuniu alunos do curso que contaram experiências e divertiram a plateia com bastidores sobre a universidade.
– O curso permite um diálogo com outras áreas de reflexão, de saber, o que dá um tempo antes de tomar a decisão de o que fazer da vida – esclareceu Marcia, que leciona as disciplinas Direito Internacional, Direitos Humanos e Filosofia.
Rodrigo Cohen, estudante de 15 anos do primeiro ano do Colégio QI, veio acompanhado da irmã, já aluna da PUC-Rio. “É a minha primeira opção, porque a minha mãe estudou aqui”, justificou.
Projeções do mercado de engenharia incentivam visitantes
– É muito importante, pois os alunos já vão entrar com uma visão mais ampla do que realmente querem. Se o estudante gosta, por exemplo, de avião e sabe que aqui tem projetos desse tipo, quando ingressar na universidade já vai buscar as pessoas com especialização no assunto.
Artes Cênicas surpreende com peça sobre relacões interpessoais
Uma surpresa foi reservada aos estudantes que visitaram o Laboratório de Artes Cênicas, na tarde de hoje. No lugar de uma palestra convencional sobre o curso, os jovens viram a proposta do grupo de pesquisa teatral Tresmêmbrados.
Um casal de atores apresentou uma cena ao redor do público que se sentou no centro do palco. O texto consistiu de uma crítica às relações interpessoais atuais, principalmente no âmbito familiar.
– Achei muito original. Os atores falavam ao mesmo tempo, em alguns momentos, e mostravam uma sincronia muito boa, o que é muito difícil – avaliou Lorena Tavares, de 15 anos, aluna do Centro Educacional de Itaipava, de Petrópolis.
A estudante, que pretende cursar Artes Cênicas, faz parte de um grupo de teatro há quatro anos. Colega de Lorena na escola e no grupo, Pedro Xavier diz estar em dúvidas entre a carreira teatral e a de escritor. Juntamente com a amiga, o aluno está escrevendo uma peça sobre as dificuldades enfrentadas pelos jovens nos dias de hoje.
– Achei subjetivo e intrigante, pois fiquei sem reação durante toda a cena – disse o estudante, ainda sob impacto da inovação proposta pelo grupo Tresmêmbrados.
Instituto Gênesis destaca mentalidade empreendedora
Além de apresentar os cursos de graduação, o PUC por Um Dia deu oportunidade para que os jovens visitantes comecem a pensar em seus próprios negócios: o Instituto Gênesis, incubadora de empresas da universidade, ofereceu a palestra sobre empreendedorismo. Nela, o coordenador de Orientação Profissional, Daniel Novais, derrubou alguns mitos sobre a profissão.
– Ao contrário do que muitos pensam, o empresário não trabalha menos. Sempre tem fornecedor, sócio ou cliente ligando. Outro mito é que dá para ficar rico só tendo uma ideia, é preciso estudar muito para fazer o negócio prosperar – afirmou Novais.
Segundo o coordenador, a capacidade de inovação é o fator determinante na competição do mercado.
– A inovação é o que faz a diferença: dá vantagem porque agrega valor ao produto – disse.
Na plateia, Iago Victor Pereira veio de longe para conhecer a PUC. Morador de Volta Redonda, a cerca de 130 km do Rio, o estudante de 17 anos aproveitou a oportunidade para pensar em possibilidades para os negócios da família. Filho de empresários, o aluno da Escola Técnica Pandirá Calógeras espera conseguir levar adiante o que seus pais construíram.
– Meus pais já estão muito tempo à frente dos negócios e estão meio sem ideias. Vim para a palestra porque quero ajudar nos negócios. Quero aprender sobre inovação e dar fôlego às nossas empresas – contou Iago.
Artes e Design promove atividade de serigrafia
O Departamento de Artes e Design promoveu uma atividade de serigrafia para os alunos do Ensino Médio presentes no Laboratório de Representação Gráfica. Estagiário do laboratório, o estudante de Desenho Industrial da universidade Vinicius Mesquita ensinou aos alunos a técnica, muito utilizada para estampar roupas. Cada estudante presente pôde, com a ajuda de Vinicius, usar um pedaço de pano e confeccioná-lo com um desenho.
Emanuel Morais, de 17 anos, aluno do Colégio Pedro II, contou que sempre quis trabalhar na área de Comunicação Visual.
– Desenho desde pequeno e tenho uma meta a alcançar – afirmou. – Tenho muita vontade de trabalhar com história em quadrinhos.
Ainda no laboratório, o professor Gilberto Mendes explicou aos alunos as quatro habilitações do curso: Comunicação Visual, Projeto de Produto, Moda e Mídia Digital.
– Na área do desenho, é muito importante a criatividade. Criar é colocar para fora algo que você está pensando – afirmou o professor Mendes.
As alunas Tatiana Baunworcel e Luiza Amarante, de 15 anos, da Escola Parque, contaram que estão em dúvida entre o curso de desenho industrial e o de arquitetura.
– O PUC Por Um Dia é uma boa ideia exatamente por isso: podemos tirar nossas dúvidas com as pessoas que entendem do assunto para sabermos o que realmente queremos – afirmou Luiza.
O aluno Matheus Avarenga, de 15 anos, do MV1 Total, contou que tem dúvidas entre a PUC e a Senai/Cetiqt, mas que gostaria de vir para a PUC por ser uma universidade muito renomada e com boas referências.
– Moda foi o que eu sempre quis – afirmou.
Nima promove aula de educação ambiental pelo campus
O Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (Nima) promoveu no PUC Por um Dia uma aula de educação ambiental. A caminhada foi guiada pelo gerente de Projetos do Nima, Roosevelt Fideles, e pelo estudante e estagiário do núcleo Tomás Mendonça. Para Fideles, a atividade é uma oportunidade para os alunos do Ensino Médio de conhecer melhor a PUC.
– Muitos alunos nem conhecem o campus da universidade por inteiro. Eles vêm entram na aula e saem, e não aproveitam a riqueza que a PUC oferece – ressaltou Fideles.
Um grupo de nove estudantes acompanhou a visita pelo campus da universidade, onde puderam conhecer a história do Solar Grandjean de Montigny, o prédio mais antigo do Brasil dentro de um campus universitário, a história do rio Rainha, que corta a PUC, o RDC e a igreja Sagrado Coração de Jesus. Além disso, os visitantes puderam aprender sobre a flora local da universidade, provar a folha da árvore de canela, conhecer árvores típicas como o pau-brasil e palmeiras.
A estudante Juliana Guedes, de 17 anos, do colégio Nossa Senhora das Graças, contou que pretende cursar jornalismo e escolheu conhecer o campus. Para Juliana, a atividade foi uma ótima oportunidade para aprender um pouco sobre a flora da Mata Atlântica. Além disso, esse foi o seu primeiro contato com alguma universidade.
Agnes Paredes, também de 17 anos, da mesma escola de Juliana, deseja cursar medicina. Segundo ela, aprende-se muito durante a caminhada pelo campus da PUC.
– Todos deveriam participar dessa visita, ela tinha que ser a primeira e para todos – afirmou a estudante.
Tricóptero causa furor em apresentação da robótica
O Tricóptero foi a grande sensação da apresentação do Laboratório de Robótica da PUC aos alunos de Ensino Médio que estiveram no PUC Por Um Dia, nesta sexta-feira (15/04). O professor Mauro Shwanke demonstrou o sistema de voo do protótipo, baseado nos mesmos conceitos da física usados pelos helicópteros modernos. O aparelho conta com três hélices, no formato de uma letra Y, que giram no mesmo sentido, fazendo com que a máquina se movimente em torno de seu próprio eixo e mantenha estabilidade no ar.
Shwanke apresentou o Laboratório de Robótica para os visitantes. Explicou o processo de confecção dos robôs de combate, direto da mesa de projeto, até a escolha dos materiais usados, levando em conta a dureza e maleabilidade que garantem a resistência das máquinas gladiadoras desenvolvida pela equipe Riobotz.
O professor criticou o individualismo da nova geração, aconselhando aos alunos que trabalhem mais em equipe, desenvolvam sua criatividade e tentem exercitá-la através de trabalhos manuais e projetos simples, que possam ser realizados em casa.
– Está faltando criatividade. Já perceberam que os melhores alunos das universidades são estrangeiros de países pobres? Quando falta a verba, você apela para criar novas soluções. Isso é engenharia – argumentou Shwanke.
Direito apresenta simulação de julgamento
Coordenada pela professora do Departamento de Direito da PUC-Rio Márcia Nina Bernardes, a palestra "Julgamento Simulado" levou os visitantes a presenciarem de forma mais direta a situação. Composta pelos alunos integrantes do Núcleo de Direitos Humanos do Departamento, a banca do júri foi apresentada pela ex-aluna da graduação e atual mestranda Andréia Bandeira de Melo. A banca simulou um julgamento real ocorrido ano passado na Corte Interamericana, envolvendo o Brasil e as vítimas da Guerrilha do Araguaia.
Para a estudante do terceiro ano do ensino médio Amanda Novaes, 18 anos, a simulação foi muito boa para garantir sua certeza na escolha pela profissão.
– Adorei ter a sensação de estar presente em um julgamento. Isso me trouxe mais certeza de que essa profissão se encaixa na minha personalidade – afirmou.
Já para Carolina Salgado, 17 anos, que escolheu o curso de direito para seguir a tradição da família, ter conhecido todos os cantos da universidade foi um forte estímulo para garantir sua preferência.
– Minha única dúvida era a escolha da faculdade e não do curso. Depois de hoje, descobri que a PUC é muito mais competente do que eu imaginava – afirmou.
Na segunda parte de palestras de direito, o professor Otavio Bravo apresentou o tema “julgamentos históricos”, onde apresentou um vídeo do caso do desaparecimento de Dana de Teffé. Através do vídeo, o professor mostrou todos os passos do acompanhamento de um crime pelos advogados.
Para a aluna Aline Carvalho, 18 anos, que não conhecia a história de Dana e nem o quanto é complicada a posição de um advogado perante um crime famoso na sociedade, ter assistido ao vídeo foi surpreendente.
– Gostei muito e fiquei motivada a me aprofundar na área de direito criminal – revelou.
Otávio Bravo abordou outros julgamentos históricos como os casos envolvendo Euclides da Cunha, Leila Diniz, Daniela Perez e mais recentemente o casal Nardoni. Segundo o professor “o direito é por si só um mundo de diferentes carreiras”, onde é preciso gostar de verdade para fazer parte.
Fernando Caruso conta sua experiência na PUC
Sem deixar a irreverência e as piadas de lado, o ator e humorista Fernando Caruso conversou com alunos reunidos no Anfiteatro Junito Brandão sobre um assunto mais sério: a escolha do curso e da carreira. Segundo Caruso, que começou no teatro aos 12 anos e se formou em publicidade na PUC-Rio em 2003, a faculdade não é o ponto final e nem sempre determina o futuro profissional. Caruso nunca trabalhou na área em que se formou, mas diz que os conhecimentos adquiridos e os amigos que fez na PUC-Rio foram essenciais.
– Daqui levei um pensamento diferente. O que eu aprendi em publicidade eu usei muito nos meus espetáculos – afirmou Caruso.
O comediante destacou o apoio da professora Cláudia Chaves a uma das principais inovações do espetáculo ZE: abaixar o preço do ingresso. Em meio as críticas de outros profissionais da área, os conselhos da professora o fizeram se manter firme no que acreditava que daria certo:
– Enquanto todos me diziam que eu estava errado por baixar os preços para atrair o público e fazer eles voltarem mais vezes, que aquilo era loucura, ela disse para eu ir em frente com os meus projetos – contou.
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