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Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Esporte

Calendário do futebol brasileiro pode mudar

Bruna Santamarina - Do Portal

10/08/2009

É comum que jogadores de futebol brasileiros troquem de clube na chamada janela de transferências. Entre junho e julho, eles são contratados para jogar no exterior, buscando mais visibilidade e maiores salários. Os clubes, por sua vez, não conseguem manter seus atletas, perdem peças importantes e acabam, sem entrosamento, lutando para se reerguerem.

Para evitar que a janela de transferências prejudique o andamento dos clubes no meio das competições, está sendo considerada a adequação do calendário brasileiro de futebol ao europeu. A medida foi discutida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta, 7, em reunião com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Segundo o ministro, Lula deu prazo de 30 dias para a apresentação de propostas de mudança. Nas próximas semanas, Orlando Silva se reunirá com a CBF, com os clubes, com os patrocinadores e com as emissoras de televisão para resolver como melhorar as receitas dos clubes no Brasil e evitar o êxodo de jogadores.

Existem argumentos favoráveis e contrários à alteração no calendário do futebol. O Portal PUC-Rio Digital foi atrás das opiniões e descobriu que a maioria acha a mudança positiva.

Marcelo de Oliveira (taxista): “Sou a favor. O nível de comprometimento dos jogadores com os clubes é muito baixo. Eles acabam saindo no meio do campeonato. Devemos seguir o calendário europeu, assim como todos os exemplos que eles nos dão. Eles são muito mais organizados com relação a esporte do que nós.”

Humberto Rocha (professor do departamento de Educação Física da PUC-Rio e gerente de futebol do Vasco): “A discussão tem dois lados: econômico e cultural. Pelo lado econômico, seria vantajoso. Os europeus usam a pré-temporada para marketing, para apresentar novos jogadores e arrecadar fundos. Já pelo lado cultural, somos muito diferentes. A época de fim de ano, para nós, brasileiros, está ligada ao Natal, ao Ano Novo. O europeu não tem essa cultura familiar. O futebol pode se adequar a isso, mas levará um tempo. Não é uma simples canetada que mudará a cabeça de todo mundo. O mais importante é que os clubes no Brasil aproveitem o lado econômico do mesmo jeito que os europeus fazem. Sou a favor, se ambos os lados funcionarem como o deles.”

Bernardo Edler (estudante de Comunicação Social da PUC-Rio): “Tem que mudar sim, embora o melhor calendário seja o nosso, que não atravessa o ano. O time monta uma preparação de acordo com o elenco. Já que todo o mundo está de outro jeito, nós temos que nos adaptar.”

Ricardo de Freitas (segurança): “Não tem que se adaptar. Eles têm cultura e clima diferentes. É um problema. Já estamos acostumados com a época de férias. Para não perder jogadores, nós deveríamos ter uma lei, uma regra ou um contrato que proibisse isso.”

Antônio Pinnola (jornaleiro): “Seria ideal. Bem melhor. Importante para o futebol brasileiro não perder jogadores.”

Andressa Mottin (estudante de Comunicação Social da PUC-Rio): “Acho válido sim. Acabando com a janela de transferências, os clubes podem fazer um melhor planejamento para a formação do plantel."

Gustavo Santos (subgerente do Carga Nobre): “Sou flamenguista. O meu time, no ano passado, estava liderando com nove pontos de vantagem. Na janela de transferência, perdeu três jogadores e caiu de rendimento. Nem para a Libertadores se classificou. Um time entrosado e montado, quando perde jogadores, até conseguir peças de reposição, demora muito. A mudança seria positiva.”