A má formação educacional atrapalha diversos setores, e é um dos fatores que mais atrapalham o desenvolvimento do país, na opinião da doutora em Educação pela PUC-Rio e uma das fundadoras da empresa de consultoria ID Projetos Educacionais, a educadora e escritora Andrea Ramal, que nesta terça-feira (12), no segundo dia de palestras da Mostra PUC, apresentou a alunos o panorama da educação no Brasil e como grandes empresas estão se reinventando para desenvolver os seus funcionários.
Andrea lembrou que a falta de ensino de qualidade não gera prejuízo apenas para o mercado de trabalho, mas também para o governo. No ensino público brasileiro, 11% dos alunos reprovam pelo menos uma vez, um dos maiores índices do mundo. O governo investe cerca de R$ 9 bilhões por ano.
– Já foi comprovado que quem tem um ensino de base não reprova tanto nos anos seguintes – completou Andrea, lembrando de um outro problema, o chamado “Nem-Nem”: – É aquele jovem que nem trabalha, nem estuda. É uma massa improdutiva de 5,3 milhões de jovens, um a cada cinco fazem parte deste grupo.
Andrea lembrou ainda que as grandes empresas começaram a investir muito em educação coorporativa, e oferecem cada vez mais cursos dentro de suas empresas, fator já se tornou um dos mais importantes na hora de o profissional escolher onde vai trabalhar. Outras começam a trazer talentos de fora do Brasil.
– Tudo isso se reflete no mercado de trabalho, falta profissional qualificado, que é um dos fatores que mais atrapalham o desenvolvimento do Brasil. Com a falta de mão de obra qualificada, as empresas começam a importar talentos. Não sou contra estrangeiros, pelo contrário, mas é uma pena o Brasil não utilizar e desenvolver o potencial que tem.
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