Gabriela Ferreira - Do Portal
18/04/2008O pequeno espaço entre os colchonetes da aula de yoga no Ginásio da PUC-Rio mostra que a prática milenar continua atual. As aulas da professora Mônica Guimarães estão lotadas, mesmo sendo em horário de almoço. Com o público bem eclético, é comum ver futuros engenheiros, historiadores e administradores juntos na mesma aula. Mônica explica que os resultados do exercício garantem a freqüência dos alunos.
- A yoga ajuda as pessoas a integrarem corpo, mente e espírito. Ela trabalha fisicamente todo o corpo, inclusive glândulas. Trabalha também a mente, e seu principal elo com o corpo, a respiração. Além disso, há uma conexão com o espiritual – explicou a professora.
Os exercícios são usados como ferramentas de autoconhecimento, o que, segundo a professora, muda a maneira com a qual se vê a vida, aumenta a auto-estima e ajuda a resolver problemas com mais facilidade.
No entanto, os alunos devem prestar atenção para não ultrapassar seus limites, já que o processo de evolução da prática deve ser confortável, e não doloroso ou apressado.
- Os novos alunos devem ter paciência com si próprios, com os limites do corpo e da mente, e perseverança. Tem gente que tem dificuldade para ficar quieto, porque tem no corpo aquela agitação. E depois de duas, três semanas se acostuma. Por isso a perseverança, para que a pessoa comece a perceber os benefícios da prática - explicou.
Mônica diz que não há padrão na yoga a não ser o de cada um. O praticante deve ter consciência de que cada corpo é diferente e isso deve ser respeitado.
- Eu acho a yoga muito interessante porque é você com você. Se você, em um exercício de alongamento, consegue colocar a mão apenas na coxa, está ótimo. Se vai até o pé, também está ótimo. Nós somos nosso próprio padrão - disse.
A prática é formada por de exercícios de força, concentração, alongamento e respiração, e o relaxamento no final das aulas é considerado pela professora a parte mais importante, pois, segundo Mônica, a energia de cada um é trabalhada durante a aula para que a mente, ao final, fique mais serena.
- Tem gente que dorme profundamente, de roncar, porque os estados mentais zeram, graças a todos os exercícios de respiração. E as pessoas sempre comentam no fim do semestre a melhora da flexibilidade e dos controles dos estados mentais. Elas se sentem mais calmas – explicou.
A prova dos resultados da prática está na própria professora. Há três anos na universidade, abandonou a carreira de administradora de eventos esportivos da Secretaria de Esportes do Município do Rio de Janeiro para dar aulas.
- Eu era muito estressada, trabalhei muito tempo em banco na área financeira. Depois, como sempre gostei de esportes, trabalhei com administração esportiva. Mas nada se compara ao amor à primeira vista que tive na primeira aula de yoga. Larguei tudo para dar aulas – contou.
Mônica afirma que a vida moderna supõe uma agitação que provoca o acúmulo de energias negativas. A yoga, segundo ela, traz energias positivas e um contato com algo “divino”, o que tem despertado nela a vontade de dar aulas de religião.
- A religião tem muito a ver com a yoga, pois ela te liga ao espiritual. Por isso, estou me aprofundando no ensino religioso, fazendo Teologia. A prática traz muita sensibilidade para a vida – disse.
Para quem quiser experimentar os efeitos da prática, as aulas da professora Mônica Guimarães são às segundas e quartas, das 13h às 14h, e das 14h às 15h, no Ginásio.