A exposição “Brinquedo: Mensageiro das infâncias” fica até esta quinta-feira, 28, no Solar Grandjean de Montigny da Puc-Rio. Compostas por diversos materiais, as 13 peças do acervo do Centro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha refletem as inspirações e histórias que guardam. "Os brinquedos são guardiões de histórias recolhidas por onde passam", compara o professor Vicente Barros, organizador da iniciativa.
A mostra partiu do desejo dos integrantes do Centro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha de apresentar o acervo de brinquedos e objetos artesanais criados pelos projetos Rede Brincar e Aprender e Centro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha. Ambos são desenvolvidos pelo Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (Ciespi), em parceria com profissionais e articuladores da educação e da cultura de comunidades do estado do Rio. Vicente explica que os brinquedos foram elaborados, inicialmente, com base em metodologia utilizada nas disciplinas de Projeto Básico do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, aplicada desde os anos 1980 por um grupo de professores Laboratório de Investigação em Living Design (LILD). A metodologia incorporou práticas que faziam parte de vivências comunitárias.
– Os brinquedos guardam as histórias recolhidas por onde passam. Histórias que caminham juntas formando uma história única que une pessoas, lugares, fazeres e saberes. Eles foram construídos com crianças, educadores, jovens, mestres de tradição oral, com diferentes grupos que vivem em diferentes localidades da cidade e do estado – explica Vicente.
Para confeccioná-los, foram usados tecidos, bambus, barbantes e tintas. Aparentemente simples, esses brinquedos conseguem passar a essência dos projetos: conectar histórias.
Assim observa-se no jogo de tabuleiro feito de pano (1x1) estendido no chão. As “casas” são marcas de pés de crianças, os “pinos” são bolas de gude e os dados, peões. Outra peça destacada ocupa todo o chão de uma sala. Em formato de pizza, é dividido em fatias coloridas furadas, como se fosse possível calçá-las com as mãos e os pés.
Outro brinquedo lembra a organização de uma megalópole. Ao centro, um grande círculo de pano acolhe uma pintura com os contornos do Rio. Em volta da capital, a mancha verde traz um pouco da Mata Atlântica para o imaginário infantil. Ainda nas redondezas, diversas vias rodeiam o centro urbano. A primeira circula um carro vermelho-guache circula. Na segunda, trilhos guiam uma Maria-fumaça de muitos vagões. Um rio, por onde flutua um pequeno bote se conecta a uma estrada de terra batida na qual uma charrete é conduzida. Essas figuras formam a terceira e a quarta vias, observadas por crianças curiosas que se acomodam nas almofadas circulares abotoadas ao brinquedo.
Ao longo da exposição, crianças de duas escolas municipais vizinhas à PUC-Rio puderam brincar com as peças. Clique aqui para ver a galeria.
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