Evandro Lima Rodrigues - Do Portal
24/08/2010Já pensou em conseguir um estágio ou emprego em gerência de ecorrelações? Ou em bioinformationists? Ou quem sabe em gerentologia? Embora pareçam estranhas – e de fato ainda são –, estas ocupações formam as "carreiras do futuro". Carreiras associadas a consumidores idosos e a meio ambiente representarão, em médio e longo prazos, ótimas oportunidades para diversas áreas, preveem especialistas em mercado que participaram da XIV Mostra PUC.
Qualificações ligadas a sustentabilidade e promoção de qualidade de vida na terceira idade passarão a ser mais valorizadas; e reforçarão o repertório de especializações. Segungo Denise Retamal, diretora executiva da RHIO’S Recursos Humanos, a ampliação das especializações é uma tendência mundial impulsionada pelas novas tecnologias:
– Observamos o surgimento cada vez mais frequente e em grande escala de especialidades nos mais variados setores.
Áreas como sustentabilidade e qualidade de vida lideram essa lista, e aceleram o desenvolvimento de novas carreiras. Por exemplo, gerentologista. A carreira, ainda desconhecida do dicionário, contempla consultorias sobre bens e serviços dirigidos à terceira idade. Valéria Gomes, gerente de projetos internacionais da Cia de Talentos, empresa especializada em processos seletivos, explica que a nova carreira deriva da participação crescente dos idosos no mercado consumidor:
– Eles representam uma parcela mais ativa no consumo de produtos e serviços. Estão vivendo mais e melhor. Vão a festas, academias, compram carros.
Especialista nos comportamentos de consumo do idoso, o gerentologista ajuda o mercado a se ajustar a esse público crescente. Segundo Valéria, ainda que "idosos vivam com mais qualidade", têm limitações e preferências específicas, aos quais o novo profissional deve estar atento:
– O gerentologista saberá, por exemplo, adequar a exposição de produtos, como os de supermercado, às necessidades dos idosos. Identificará que acessórios ou adaptações os carros devem ter para atendê-los.
A administração financeira para a terceira idade também representa um mercado potente. Oportunidade ao "conselheiro" especializado no planejamento da aposentadoria. De acordo com Denise, essa espécie de consultor traça um plano para se chegar à terceira idade com saúde financeira, e para melhor aproveitá-la.
A exemplo da busca por melhor qualidade de vida, a preocupação com a sustentabilidade do planeta requisitará novos profissionais especialistas – como o gerente de ecorrelações. Dedicado ao desenvolvimento de soluções ambientais sob medida e à resolução de conflitos, este profissional atuará junto a ambientalistas, empresas e agências governamentais.
– Ele apontará soluções que demonstrem o grau de envolvimento de empresas na preservação do meio ambiente – exemplifica Denise.
Ourtra necessidade de intermediação, entre cientistas e indústria farmacêutica, faz emergir a figura do "bioinformationists". O novo profissional, também um cientista, se dedicará a pesquisas na área genética.
– Sua colaboração será observada no desenvolvimento de medicamentos e técnicas clínicas – explica a especialista.
As "carreiras do futuro" têm, em comum, o conceito multidisciplinar: conjugação de habilidades e competências de áreas variadas num mesmo profissional. A característica é observada também na área de web design. Para Adriana Melo, diretora da Arteccom, editora das revistas TI Digital e Webdesign, a internet é uma das principais propulsoras de carreiras e oportunidades dirigidas ao "consumidor plural" – ligado a TV, internet, celular, ipod, tudo ao mesmo tempo.
De acordo com a especialista, o uso crescente da internet e das redes sociais como vitrines de marcas e produtos consolida o mercado para novos profissionais. Como o arquiteto da informação, que cuida do planejamento do site; e o designer de mídias digitais, voltado à concepção estética.
No mercado do direito, o repertório de especializações mostra-se igualmente em expansão. Desde propriedade intelectual até direito minerário. Segundo Denise, a novidade na área da mineração decorre da crescente demanda no país. "Ainda faltam profissionais", diz ela.
Para Adriana, a carência de mão de obra em setores emergentes deve-se a velocidade "mais acelerada do mercado, difícil de ser acmpanhada pelos centros de formação":
– Essa carência tem que ser suprida na prática. Seja participando de eventos, fazendo estágios específicos. Não pensar apenas no curso de graduação, mas na carreira como um diferencial que pretende seguir – orienta.
Valéria acredita que as parcerias entre as universidades e a iniciativa privada sejam um caminho para reduzir aquela distância. O coordenador da Central de Estágios e Serviços Profissionais da PUC-Rio, Luiz César Tardin, avalia como positiva a aproximação entre empresas e universidades. Pois ganhos, ressalta ele, são importantes para os dois lados.
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