“Não pode ter medo de errar, tem que ter espírito empreendedor”. Criatividade e ousadia são algumas das principais molas para o desenvolvimento do jovem gestor, orienta Eduardo Pontes, diretor e um dos criadores da empresa Braspag. Na palestra “Diretoria antes do 30”, terça-feira, na Mostra PUC, ele apontou atributos e cuidados importantes para desempenhar a função gerencial, cada vez mais delegada a jovens profissionais. Estima-se que, no Brasil, 20% dos cargos de gestão em companhias de grande porte já são ocupados pela chamada geração Y, formada na era da internet.

Segundo Pontes, a função diretiva envolve muito mais do que as protocolares técnicas de líderança. Exige do jovem profissional o equilíbrio de uma série de habilidades e competências – técnicas, psicológicas, sociais, éticas: 

– A pessoa deve boa energia, bom caráter. Deve gostar do que faz e, é lógico, demonstrar sua capacidade profissional – sintetiza.

Fernanda Mendes, analista da SulAmérica, acredita que esses jovens já possuam perfil de liderança antes de assumirem os cargos de chefia. Ela também observa os atributos essenciais para o gestor:

– Além do perfil de liderança, é importante ter habilidade na gestão de pessoas e uma boa comunicação. Essas competências, somadas ao conhecimento técnico da área, formam a base da eficácia gerencial.

Assim como Eduardo Pontes, o analista da RHIO'S Recursos Humanos Fábio Belas acredita na importância da "atitude empreendedora" do jovem profissional. Ele chama atenção também para a necessidade de um planejamento antecipado de carreira:

– Esse planejamento antecipado é fundamental para se chegar com segurança a uma carreira profissional de sucesso e para o desenvolvimento profissional futuro. Para o planejamento antecipado de uma carreira o jovem deverá buscar informações privilegiadas sobre mercado de trabalho conhecendo novas tendências e demandas do mundo globalizado com o auxílio de consultores especialistas em orientação de carreiras. Assim, o jovem traçará toda uma estratégia bem direcionada a carreira com a qual se identificou e com respeito a qual se prepará para o futuro. 

A também analista de recursos humanos da IBM Valéria Tavares afirma que para o jovem exercer funções de chefia “ele tem que ser dinâmico,  não ficar preso em apenas uma área, conseguir atuar em outras áreas dentro da sua carreira”. Outra competência essencial remete à preparação para assumir e admistrar responsabilidades superiores: “Quanto maior for o número de bons trabalhos realizados, mais difíceis serão os desafios propostos”, alerta. Além do preparo para enfrentar a cobrança superior incorporada à rotina profissional, os gestores precisam “buscar as novas tendências de mercado e qualificações que possam ajudá-los a manter o alto nível de desempenho”, acrescenta Fernanda Mendes.

Joana Luz, analista de recursos humanos do Esporte Interativo, acredita que cada vez mais jovens assumirão cargos de gestores de empresas:

– Sendo responsável e inovador, estando antenado aos interesses da empresa e sabendo gerir um grupo de pessoas, o jovem tem tudo para ocupar esses cargos.

Eduardo Pontes acrescenta que a escolha para o cargo gerencial é "democrática". As oportunidades estão abertas a jovens profissionais provenientes de diversas formações acadêmicas: 

– Há chances para todos. Em nossa empresa, temos pessoas de administração, economia, direito. Os que têm uma boa ideia e conseguem transformá-la numa prática positiva têm grandes chances de subir profissionalmente.