Bruno Alfano - Do Portal
08/06/2010Com o objetivo de fortalecer a pós-graduação da comunicação social, um grupo de pesquisadores composto por representantes de todo o Brasil se uniu para formar a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
Dario Edoardo Viganò, graduado em filosofia e teologia pelo Seminário Arquidiocesano de Milão, fará a conferência de abertura. Em seguida, às 21h30, o Salão do Centro de Pastoral Anchietaum acolherá o coquetel de lançamento de 40 livros dos pesquisadores.
De quarta a sexta-feira, apresentações e debates ganharão as salas universidade (veja a programação completa no site do encontro). Cada grupo discutirá 10 trabalhos, selecionados entre 314 estudos encaminhados por pesquisadores dos 36 grupos de pós-graduação participantes. Segundo o professor Leonel Aguiar, coordenador do curso de jornalismo da PUC-Rio e integrante da comissão organizadora da Compós, o rigor na escolha dos trabalhos é um diferencial:
– Como nós não abrimos mais de um grupo de trabalho por tema, os critérios de seleção são mais rigorosos – justifica – Um exemplo é o grupo “Estudos de jornalismo”, tradicionalmente o que mais recebe inscrições: neste ano, metade dos 38 textos inscritos tinha qualidade para ser selecionada.
A amplitude das pesquisas em comunicação diversifica os assuntos discutidos. No encontro “Comunicação e Cibercultura”, por exemplo, as pesquisadoras Simone Pereira Sá e Ariane Holzbach, da UFF, apresentarão o texto “#u2youtube e a performance por computadores”. Elas ilustram os “lugares virtuais” revelados pela pesquisa com o show da banda irlandesa U2 transmitido ao vivo pelo Youtube para 10 milhões de pessoas, em outubro do ano passado.
Outros trabalhos relacionam-se diretamente ao aperfeiçoamento da capacitação profissional. No texto ‘Economia política das cartografias profissionais: a formação específica para o jornalismo’, selecionado para o grupo “Economia Política e Políticas de Comunicação”, os professores Leonel Aguiar, Sandra Kormam e Ivana Barreto defendem a formação acadêmica em jornalismo como "instrumento político de garantia do interesse público por informações de melhor qualidade, produzidas com responsabilidade social e parâmetros éticos". Inserido no contexto crítico às diretrizes dos cursos de comunicação, o estudo propõe que a formação desses profissionais "deva atentar para a emergência de novas cartografias, nas quais os projetos não se realizam apenas como inserção e desenvolvimento na carreira, mas principalmente com implicação e envolvimento nas questões que permeiam políticas de cominicação".
O coordenador da Central de Pós-graduação da PUC-Rio, Paulo César Duque Estrada, destaca que as pesquisas apresentadas e discutidas são essenciais para a melhor formação do profissional da área, ajudando-os a cumprir as responsabilidades e os desafios de diversos tipos:
– O profissional carrega uma carga de responsabilidade muito grande pelo impacto que ele causa na sociedade: sua influência é muito grande. Só um programa de pós-graduação bem desenvolvido contempla a complexidade dos problemas desse profissional de comunicação.
De acordo com Paulo César, a Compós também pode colaborar para aperfeiçoamento da pós-graduação da PUC-Rio:
– O Departamento de Comunicação já tem uma pós-graduação bem sólida, e a realização da Compós só vai fortalecer mais o programa.
Para o coordenador da XIX Compós, professor Miguel Pereira, este é o momento de a pós de comunicação da PUC – que já formou 59 mestres e seis doutores – dar um passo adiante:
– Organizar esse encontro é um privilégio para nós da PUC. É um momento de reflexão para nossa pós, que pode conseguir dar um salto de qualidade não só no conteúdo, mas também na estrutura.
O professor aponta outro aspecto que enriquece a experiência da Compós: o intercâmbio de ideias entre pesquisadores de todo o país:
– Isso fortalece a diversidade de temas, abordagem e metodologias na pesquisa. É o momento para entrar em contato com o que existe de mais atual em pesquisas da área.
Paulo César Duque também considera o contato com os principais pesquisadores do país uma oportunidade para a formação dos alunos:
– É extremamente proveitoso. O acesso ao que é produzido aqui e em outros lugares é valioso para projetos e até núcleos de pesquisa.
– A Compós tem relação direta com as novas temáticas de investigação e novas perspectivas no campo comunicacional. Por isso, tem participação indireta, mas forte, na formação dos novos profissionais de comunicação no país – acrescentou o vice-presidente nacional da Compós, professor Julio Pinto, da PUC-Minas.
Esta será a terceira vez que o Rio recebe o encontro, realizado já na UFRJ e na UFF. Julio adianta que a organização da PUC-Rio dará condições para o alto nível dos debates:
– A PUC-Rio tem se esmerado na preparação, com grande cuidado e hospitalidade.
No ano que vem, será a vez de a Universidade Federal do Rio Grande do Sul receber a Compós. O número de grupos aumentará para 14, abrindo espaço para mais 20 textos. Ou "20 novas abordagens", diz Miguel Pereira.
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