Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2024


Campus

Cineastas fazem ato contra a repressão no Irã

Bianca Baptista - Do Portal

19/04/2010

Mauro Pimentel

Dez cineastas sul-americanos se reuniram ontem em protesto contra a prisão do diretor iraniano Jafar Panahi, ocorrida em 15 de fevereiro. Manifestantes que se reuniram na PUC-Rio se juntaram a outros dez países entre eles Canadá, Itália e Argentina ao lembrar os três meses de encarceramento do cineasta.

Um dos signatários do manifesto, o diretor Cacá Diegues, esclareceu sobre o atual estado em que se encontra o iraniano. Segundo o cineasta brasileiro, Panahi permaneceu o primeiro mês preso sem qualquer tipo de comunicação, mas atualmente já recebe visitas. A atriz Ana Maria Magalhães também informou que a esposa de Panahi, Tahereh Saeedi, chegou a vê-lo após a prisão.

Ela contou à comunidade artística que ele está bem mais magro e que possivelmente está passando por tortura psicológica. No entanto, não havia indícios de danos físicos declarou.

A manifestação ainda relembrou os anos de ditadura no Brasil. Cacá Diegues e Silvio Tendler mencionaram sua experiência de exílio para fugir da repressão brasileira na época.

A atriz Ana Maria Magalhães ainda recordou-se de quando, nos anos de 1970, era preciso contrabandear filmes como “O Deus e o diabo na terra do sol” e “Os herdeiros” para que estes fossem exibidos em festivais internacionais.

O mesmo está acontecendo com Jafar, ele inclusive foi convidado para ir ao Festival de Berlim desse ano e não poderá ir por causa de sua prisão comparou.

Para o cineasta chileno Jorge Duran, atos como o ocorrido na PUC são de suma importância. De acordo com ele, nada pode ser feito contra ao artista, pois ao prender um cineasta se prende o povo.

O artista é a alma de uma população, de uma cultura. Ao repreendê-lo, se censura o povo filosofou.

O professor Pedro Camargo, optou por alertar os estudantes presentes de que nunca se deve esquecer a história, pois existe sempre o risco de revivê-la.

Nos minutos finais do encontro, o organizador Silvio Tendler ressaltou a participação dos jovens na luta pela libertação de Jafar Farahi.

Assim como nós apresentamos a questão, vocês podem disseminar essa luta através de amigos, da internet, mensagens de texto e ajudar a libertar e a defender os direitos de Farahi.

Após o debate, os dez cineastas presentes, entre eles a conselheira da Associação Brasileira de Cineastas (Abraci), Rosane Svartman, se juntaram ao público para fotografar todos os participantes. A imagem segundo Tendler, será uma forma de representar um manifesto contra a prisão do iraniano. A imagem será enviada pela internet para o site da campanha para a libertação do iraniano.