Em memória dos 30 anos do assassinato do arcebispo Óscar Romero, a Cátedra Carlo Maria Martini promoverá amanhã (24/03) a exibição do filme Romero e celebrará uma missa em lembrança aos ideais do religioso salvadorenho assassinado no dia 24 de março de 1980, em El Salvador. A Cátedra, que leva o nome do arcebispo emérito de Milão, desenvolve, no Centro de Ciência Humanas e Teológicas (CTCH) da PUC-Rio, "atividades que promovam o diálogo sobre questões contemporâneas a partir das perspectivas da fé e da secularidade".
O arcebispo Óscar Romero, que ficou conhecido como monsenhor Romero, foi assassinado pela ditadura salvadorenha porque denunciava as péssimas condições de vida da população pobre de El Salvador durante o regime militar nesse país.
A campanha de divulgação do evento em memória de monsenhor Romero espalhou pela PUC-Rio cartazes com fotos de líderes religiosos também assassinados enquanto lutavam por suas causas sociais e humanitárias. Dorothy Stang e Ignácio Ellacuría foram alguns dos homenageados.
A primeira, nascida nos Estados Unidos, desenvolveu um intenso trabalho social no Pará, participava da Comissão Pastoral da Terra, defendia a reforma agrária e foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, quando tinha 73 anos. Ignácio Ellacuría foi um filósofo e teólogo basco, naturalizado salvadorenho, que denunciou também a situação de El Salvador durante a ditadura. Membro da corrente teóloga Teologia da Libertação, o jesuíta foi assassinado pelas Forças Armadas salvadorenhas em 16 de novembro de 1989.
Segundo a coordenadora-executiva da Cátedra Carlo Maria Martini, Beatriz Gross, os cartazes, que por cima das fotos continham o dizer "assassinado", tiveram a intenção de despertar a curiosidade dos estudantes.
– O nosso intuito foi chamar a atenção das pessoas com essas figuras que também foram assassinadas em circunstâncias semelhantes. Monsenhor Romero, como era mais conhecido, foi morto pela ditadura salvadorenha por denunciar as condições em que a população vivia e ainda ser contra o governo da época – esclareceu. – Acredito que a exibição do filme e a missa lembre bem o monsenhor. O filme explica muito bem a obra dele e o que aconteceu. A missa relembrará a Eucaristia, a hora em que um atirador o matou.
Indagada sobre o fato de não haver um debate sobre o tema, como forma de lembrar os 30 anos do assassinato, Beatriz Gross explica:
– Não optamos por um debate ou seminário porque queremos divulgar a história do monsenhor Romero para novas gerações. Além disso, esse tipo de discussão não teria a força que as imagens têm para contar. Em um segundo momento podemos promover um debate sobre outros mártires.
O filme Romero, protagonizado por Raul Julia, será exibido às 10h no dia 24 de março, quarta-feira, no auditório Padre Anchieta. A missa terá início às 12h e será celebrada pelos padres Paul Schweitzer e Alfredo Sampaio, Coordenador da Pastoral, Paulo César Costa, diretor do Departamento de Teologia e Geraldo Dôndici Vieira, coordenador de graduação de Teologia.
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