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Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Campus

Boletim de verão: as ombreiras vão voltar

Bruna Smith - Do Portal

27/11/2009

 Lucas Landau

Tons pálidos e cores berrantes, roupas justas e peças soltas, estampas floridas e traços futuristas, minibolsas e maxibolsas. Nesse universo paradoxal, inspirado nos anos 80, emergem as tendências do verão 2010. A convite do Portal, especialistas e estudantes indicam as apostas para a próxima estação. Embora o verão comece oficialmente no dia 21 de dezembro, a primavera calorenta antecipa novidades como os vestidos armados e as leggings com cara de jeans.

Para a professora de modelagem do departamento de Design, Kuo Mey, o alto verão será dominado por cores neon, transparências e sobreposições. Segundo ela, as tendências nascem na tecelagem:

– Muitas das tendências vêm da tecelagem, pois é lá que se tem contato com as matérias-primas que serão utilizadas nas roupas. Isso tem um grande peso na escolha dos estilistas em relação a cor e tecido, por exemplo.

Kuo Mey observa que as roupas já vêm sofrendo transformações inspiradas na moda dos anos 80:

– A cintura subiu e, por incrível que pareça, as ombreiras estão voltando. No entanto, é importante que o estilista, ao trazer de volta uma tendência de décadas atrás, faça uma releitura desta, pois se ela não tiver um toque da moda atual, torna-se caricata – ressalva a especialista. Ela acredita que, por causa do calor, o algodão e a seda serão os tecidos mais utilizados devido à leveza que proporcionam.

Segundo a produtora de moda Gabriela Ganem, ex-aluna da PUC-Rio, a brusca elevação da temperatura antecipa a tendência das roupas femininas com os ombros de fora. Assim como Kuo Mey, Gabriela aposta nas cores neon e transparências:

– Para acertar na combinação, basta misturar cores neutras com fluorescentes. As transparências, os detalhes metálicos, franjas e paetês vão invadir as vitrines de lojas. Já os esmaltes laranja e verde clarinho, brincos de argola e cílios postiços, serão os acessórios mais procurados pelas mulheres. Lucas Landau 

Gabriela acredita que as maiores inovações da estação, no entanto, serão as  jeggings, ou seja, leggings com cara de calça jeans, e os cage dresses, que são os vestidos armados.

Luiza Brasil, aluna do 7º período de Jornalismo, faz pesquisa de tendências e trabalha como assistente de marketing da marca Leeloo. Ela aposta nos jeans marmorizados. O nome vem da lavagem química recebida pelo tecido, que o deixa com aspecto manchado, mesclando partes com a cor original e outras bem claras, corroídas pelo ácido.

– Estarão em alta também as bandolières (bolsinhas redondas com alças compridas), os docksiders (sapatos que lembram os antigos mocassins), tachas e relógios bem coloridos e grandes – acrescenta. – Para os homens, a aposta serão as blusas cavadas, com decotes “V” e regatas bem marcadas. As bermudas terão o comprimento acima do joelho, seguindo o estilo europeu.

A pesquisadora faz uma projeção sobre os itens que deixarão as prateleiras das lojas:

– Os óculos Wayfarer da Ray Ban, considerados um gênero de primeira necessidade, vão se despedir para dar lugar aos Clubmasters (óculos sem a armação de baixo), um modelo da mesma marca. E, depois de três anos reinando nos pés das meninas, as sandálias gladiadoras começam a perder espaço para sandália com amarrações.

Lucas Landau Para Luiza, é importante, no entanto, cultivar um estilo próprio, que não fique refém das tendências:

– Eu, por exemplo, sou adepta do street style nova-iorquino: camisas xadrez, leggings e coloridos. Também não dispenso camisas “podrinhas”, aquelas com cara de surradas, uma herança do grunge.

Chantale Sievers, aluna do 3ª período de Design, cresceu na vizinhança da fábrica de roupas dos pais, que há 20 anos criaram a grife Pascale Vulsek. Desde pequena, ela esteve rodeada de moldes e máquinas de costura. "Sempre fui fascinada pelo processo de como uma simples peça de roupa começa com um desenho e acaba no armário de alguém. Estou terminando minha primeira coleção, o primeiro passo para a minha futura fábrica de roupas", conta. De acordo com a estudante, "o verão será dominado pelo multiculturalismo”:

– Com a globalização, a quantidade de informação que recebemos é muito grande. As pessoas procuram tendências nas ruas e acabam ficando confusas. Para mim, conforto deve vir em primeiro lugar.

Bruna Smith Chantale aponta as estratégias para driblar o calor com estilo:

– Calor pede vestidos e roupas larguinhas. As batas e os shorts serão vistos em todos os lugares e as havaianas, que estão nos pés dos cariocas o ano inteiro, vão acompanhá-los desde as idas à praia até a noitada. Já os chapéus de palha e pano devem substituir os bonés do verão passado. Para quem passa as férias na praia, as “maxibolsas” são essenciais, porque podem carregar muita coisa.