Maria Eduarda Parahyba - Do Portal
10/11/2008Fazer jornalismo também é saber improvisar. Márcio Sternick, editor-chefe local e responsável por coberturas especiais da TV Globo, e Paulo Gonçalves, responsável pela coordenação de operações, mostraram aos alunos do curso de telejornalismo do Globo Universidade, em parceria com a PUC-Rio, os caminhos para o sucesso em grandes coberturas – que podem ser planejadas com antecedência, como numa Olimpíada; ou remeter a um fato inesperado, como um acidente aéreo. O desafio, explicaram os profissionais, exige um planejamento logístico complexo, uma coordenação de competências profissionais – até para gerenciar imprevistos – e comunicação afinada entre os participantes da cobertura, dos operadores aos apresentadores.
– Manter a calma é muito importante – acrescentou Sternick – Os erros mais comuns acontecem por falha na comunicação entre os produtores, editores e repórteres. Se for montada uma boa rede de comunicação entre os profissionais envolvidos a chance de sucesso é maior.
Grandes acontecimentos, como o deslizamento de terra que interditou o túnel Rebouças em 2007 ou o acidente do avião da TAM, no mesmo ano, desafiam a capacidade de os jornalistas prepararem uma boa reportagem de última hora. Para produzi-la com eficiência, é necessária a divisão da cobertura jornalísticas em tarefas em equipes com tarefas bem definidas e complementares, esclareceram os especialistas. Da articulação entre elas depende, em parte, o êxito da reportagem.
O tempo, lembrou Sternick, é um dos grandes inimigos dos profissionais da informação. Para vencê-lo, e conseguir conciliar qualidade editorial e prazos, ele destacou algumas recomendações aos estudantes.
– A primeira coisa é confirmar a informação. Nem toda informação é noticia. Depois de confirmada, tem que dar a noticia de forma consistente, equilibrada e o mais rapidamente possível. Para isso, é necessária, numa grande cobertura, a mobilização do maior número de profissionais disponíveis. A combinação entre uma boa estrutura e a competência dos profissionais, num trabalho em conjunto, é necessária para se conseguir contar a melhor história dentro do prazo.
Sternick ressalvou que, apesar de a imagem ser essencial ao telejornalismo, há casos em o compromisso em informar “o quanto antes” se sobrepõe. Correr contra o tempo torna-se fundamental para informar o telespectador. “É um ambiente competitivo e a credibilidade, rapidez e eficiência contam muito para conquistar a audiência”, acrescentou Gonçalves.
No compromisso em apresentar rapidamente a notícia se sustenta o chamado plantão. Com uma vinheta específica, este recurso do telejornalismo entra durante a programação normal sempre que a urgência jornalística assim justificar. Sternick explicou que a decisão de se recorrer ao plantão é complexa:
– O jornalismo faz parte de uma estrutura de programação que envolve patrocinadores e uma determinada audiência para cada tipo de programa. Interromper a programação é uma decisão complexa, muitas vezes a notícia não vale o plantão. Em casos como o 11 de Setembro não há duvidas: pára tudo.
Outro ponto importante ressaltado na palestra remete à tecnologia. Segundo Gonçalves, o profissional de comunicação deve conhecer bem os recursos tecnológicos disponíveis para contar a história da forma mais eficiente:
– Hoje tudo é via satélite. E as tecnologias digitais apresentam um ganho significativo de qualidade de imagem e áudio.
A necessidade de rapidez não pode atrapalhar a precisão de uma notícia
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