Aulas de meio ambiente ultrapassam os limites do campus
Patricia Royo - Do Portal
07/11/2008
Um projeto que nasceu na PUC, inicialmente restrito aos portões do campus da Gávea, rendeu frutos em outros espaços da cidade: o Rio Horta. Criado em 1991 por Felipe Guanaes, coordenador do Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (NIMA), o programa nasceu como um trabalho de pesquisa. Hoje em dia, ele é usado como solução para problemas sociais, em escolas municipais, comunidades de favelas e até mesmo em hospitais psiquiátricos, como atividade terapêutica.
O principal objetivo do Rio Horta é espalhar uma rede de hortas orgânicas pela cidade para ensinar as pessoas a interagirem de forma diferente com a natureza. Hoje, o programa é levado adiante pela Fundação Parques e Jardins, da Prefeitura. Mas a parceria com a PUC ainda se mantém viva. O modelo de produção contínua é o mesmo desenvolvido há 17 anos.
- Essa parceria com a Universidade é importante, porque viabiliza a permanência e o crescimento sustentável das hortas que nós implantamos. Foi o Felipe quem nos ensinou a fazer esse modelo de horta – diz Lucia Neves, coordenadora do projeto.
Cada tipo de local exige uma metodologia diferente. A Prefeitura treina os interessados para que a horta prospere e haja colheitas regularmente. Apesar do método de cultivo em comunidades e escolas públicas ser distinto, o ideal é o mesmo.
- A horta é de todos. Se não houver o esforço conjunto, ela não funciona. A vantagem de trabalhar com crianças é que elas são abertas à iniciativa – afirma o coordenador do NIMA, dando como exemplo a implantação de uma horta no CIEP da Maré, Zona Norte do Rio. Ali, as crianças desenvolvem uma maior percepção, ao entenderem todo o ciclo, que vai do adubo, à plantação, até a comida.
Alinhada ao compromisso de sustentabilidade, a PUC-Rio busca, através do NIMA, formar cidadãos conscientes da importância ambiental.
- O grande desafio é conseguir com que o aluno perceba que a sua pequena ação é tão importante quanto a ação de uma grande empresa. Se conseguirmos sensibilizar o indivíduo para essas novas questões, ele pode contribuir para um mundo melhor – comenta Felipe.