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Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Campus

Silvio Essinger direto do Rock in Rio para a PUC

Giovanni Sanfilippo - Do Portal

24/09/2013

 Giovanni Sanfilippo  Mesmo após uma maratona de sete dias de Rock in Rio, sendo quatro consecutivos terminando na madrugada da última segunda-feira, 24, o jornalista e crítico de música Silvio Essinger ainda teve fôlego para participar, naquela tarde, do debate sobre o futuro da mídia impressa com alunos do segundo período de Comunicação Social. Repórter e crítico de música do jornal O Globo, ele atuou na cobertura do festival.

Alguns destes sacrifícios fazem parte do cotidiano do jornalista, acredita Essinger. Ele listou vários motivos pelos quais ninguém se interessaria pela profissão, como baixa remuneração, alto nível de exigência e desgaste, mas garantiu que as recompensas fazem com que todo o esforço valha a pena.

Os professores Alexandre Carauta, Lula Branco Martins e Luciana Pereira, que mediavam a palestra, estimularam a discussão da agilidade da mídia impressa para noticiar os shows. Silvio explicou que escrevia as resenhas enquanto o show acontecia e enviava para O Globo logo em seguida, mas que, dependendo do horário do show e da edição do jornal, a crítica só ia ao ar dois dias depois do show. Ele diz que não tinha controle sobre o que era publicado ou não.

– Escrevia meu texto e mandava para o impresso e o on-line ao mesmo tempo. Só no dia seguinte eu poderia ver se entrou na edição ou não.

Para Silvio, a defasagem do meio impresso é um dos motivos para que se pense que o futuro do jornal de papel esteja condenado: "O papel caminha para a extinção". No entanto, ele não se vê fazendo jornalismo em outro meio, e, no seu caso, acredita que a consolidação como jornalista veio após a publicação de seus seis livros.

– Depois de escrever meu primeiro livro (Punk – Anarquia Planetária e a Cena Brasileira) é que passei a ser convidado para cobrir eventos, ser júri de festivais...

Silvio Essinger também abordou temas da vida cotidiana do jornalismo, desde a transição da faculdade para o mercado de trabalho. Ele contou que, diferentemente do comum, entrou logo no jornalismo cultural e de lá nunca saiu – transitando entre diversas publicações como Tribunal da Imprensa, Veja Rio, Jornal do Brasil e outros antes do Globo. Ele arrancou risadas dos estudantes quando revelou o principal motivo de querer se tornar jornalista de cultura:

– Era para receber discos de graça – contou, lembrando a dificuldade de consumir música na sua época de estudante, quando também cursava Comunicação Social na PUC-Rio, onde se formou em 1992.

Para os alunos que se interessam especificamente pelo jornalismo cultural, Essinger deu dicas sobre a área e alertou que nem todos os veículos dedicam tanto espaço à música quanto o Globo:

– Ter cinco repórteres e críticos para um jornal, hoje é dia, é muita coisa.