As iniciativas da PUC-Rio para expandir sua ação social vão além da Gávea. Uma parceria com a Prefeitura iniciada em 2005 levou a Universidade às Vilas Olímpicas de Acari (Clara Nunes), na Zona Norte e a da Gamboa, no Centro. É a primeira vez que a instituição administra um equipamento público.

Participam do projeto alunos e professores de Comunicação Social, Letras, Direito, Geografia, Ciências Sociais, e Educação Física. A Profª. Luísa Helena, diretora do Departamento de Serviço Social, ao qual estão vinculadas as vilas, explica a importância da co-gestão:

 - A Vila é um espaço onde é prestado um serviço público e também onde o ensino de formação e pesquisa, próprios da Universidade, são incentivados.

O programa é um modelo bem sucedido de inclusão social pelo esporte. A Vila Olímpica Clara Nunes ocupa uma área de 7.600 m2, enquanto a da Gamboa tem 25.000 m2 (cerca de quatro campos oficiais de futebol). A estrutura das duas é semelhante: quadra poliesportiva, campo de futebol, pista de atletismo, piscina, e espaço para balé, judô, tae kwon do e outros.

Além das pessoas que moram em áreas próximas, as vilas também recebem moradores de outros bairros, inclusive portadores de deficiência (PPDs.que vêm de longe. Bruno Carneiro, de 16 anos, residente em Caxias e com problemas nos membros inferiores é um dos 226 alunos atendidos na V.O. da Gamboa. Segundo Carlos Gondim, coordenador das atividades com PPDs, a proposta é dar autonomia para o jovem e integrá-lo aos outros colegas.

- Uma das preocupações das vilas olímpicas é essa: onde tem espaço para o aluno convencional, tem que ter para o portador de deficiência.

As vilas têm outras formas de inclusão no cotidiano dos freqüentadores: nas aulas de natação para bebês, a participação das mães na piscina é fundamental. As turmas da hidroginástica e do vôlei cooperam com a campanha contra o mosquito da dengue. Assim, os jogos se misturam com noções de cidadania.

A influência das vilas na vida das pessoas vai além da busca do bom desempenho.

- O objetivo principal está na transformação social do indivíduo. Com o respeito às regras, com a atenção do professor dar atenção, ele vai passar a ter um objetivo, como a vivência do ídolo no esporte, que é ser um grande vencedor. Então, a gente ocupa o espaço ocioso que ele tem. Se cada um fizer o seu segmento, família, esporte e escola, podemos melhorar a educação no Brasil - diz Washington Luiz Faustino, coordenador técnico em Acari.

A PUC está fazendo a sua parte. Muito mais do que isso, a presença da Universidade nas vilas é uma garantia de que há oportunidades para que todos possam ter e realizar seus sonhos.