João Pedroso de Campos - Do Portal
18/03/2013Dois bilhões de pessoas usam a internet no mundo, segundo a ONU. No Brasil, o Datafolha estima que os internautas sejam 20 milhões. O seminário O jornalismo na era das subjetividades: reflexões sobre a prática na sociedade da informação, promovido pelo Curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, debaterá o tema desta terça (19) até quinta-feira (21), em duas mesas diárias de 90 minutos, às 9h e às 11h, na sala K102. Os encontros vão reunir professores do Departamento e profissionais do mercado da comunicação, como Marcelo Beraba, diretor do Grupo Estado, e Sidney Garambone, da Rede Globo, e abordará a formação do jornalista, o jornalismo e a sociedade, a política, a retórica e a construção social da realidade, a cultura e o entretenimento.
Segundo o coordenador do curso de jornalismo da PUC, Arthur Ituassu (foto), um dos organizadores da semana de debates, a ideia central é formar o primeiro fórum de uma série que reúna professores para discutir a prática do jornalismo e o seu papel na vida social. Como pilares das discussões desta semana, Ituassu aponta dois contextos: a subjetividade e a internet.
– A subjetividade é lugar das próprias discussões da filosofia e das ciências sociais, que propõem uma questão fundamental ao jornalismo: o que é o real. A discussão sobre a objetividade não tem mais muito sentido; olhar o jornalismo como se ele pudesse retratar um fato desmoronou no andamento da história do conhecimento. A internet aponta diretamente para o modo de produção jornalístico de informações. Esse modo industrial não funciona mais.
Questões éticas no jornalismo também serão tratadas. A determinação de realidades políticas, culturais e de entretenimento pela mídia são alguns pontos que, segundo Ituassu, são “fundamentais” :
– A mídia é uma referência muito forte, e isso é uma responsabilidade grande do jornalismo. O caso da política é clássico. Os fatos são aparentemente distantes; então, a política vem ao povo pela mídia. Isso pode ter uma série de mediações. A mídia é uma referência fundamental na determinação do que são essas realidades, o que é cultura, política, entretenimento. O UFC é um exemplo. Não era um entretenimento e se tornou graças ao discurso midiático.
Tantas mudanças na sociedade e nos meios de informação, contudo, não mudam a posição central do jornalista como contador de histórias e mediador de todo o debate em torno da mídia. Em meio a discussões sobre a obrigatoriedade do diploma, Arthur Ituassu vê a formação acadêmica como indispensável.
– O jornalista é o centro do debate. Deve-se chamar a atenção para uma sólida formação humanística do profissional. É preciso atentar para o pensamento crítico do jornalista. Ele é quem pode ser a figura de mediação.
O jornalismo na era das subjetividades: reflexões sobre a prática na sociedade da informação - Sala 102K, com transmissão ao vivo pelo PORTAL PUC-RIO Programação 19/3 – Terça-feira: 9h: Leonel Aguiar (COM/PUC-Rio) e Marcelo Beraba (diretor do Grupo Estado): “A formação do jornalista”; 11h: Carla Rodrigues (COM/PUC-Rio, FIL/UFF) e Rodrigo de Almeida (Portal IG/Inteligência): “O jornalismo e a sociedade”; 20/3 – Quarta-feira: 9h: Fernando Sá (PUC-Rio) e Afonso de Albuquerque (UFF): “O jornalismo e a política”; 11h: Arthur Ituassu (COM/PUC-Rio) e Edgar Lyra (FIL/PUC-Rio): “Jornalismo, retórica e a construção social da realidade”; 21/3 – Quinta-feira: 9h: Arthur Dapieve (PUC-Rio, O Globo) e Paulo Roberto Pires (UFRJ/IMS – Revista Serrote): “O jornalismo e a cultura”; 11h: Alexandre Carauta (PUC-Rio) e Sidney Garambone (Rede Globo de Televisão): “O jornalismo e o entretenimento”. |
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