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PUC-Rio

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Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2024


Campus

Estrangeiros fazem do campus uma babel

Monique Cardone Cabral - Da sala de aula

21/07/2008

Você já percebeu quantos alunos estrangeiros estão espalhados pela PUC-Rio? Pois é, eram 196 estudantes fazendo intercâmbio na universidade no primeiro semestre de 2008. Para receber e orientar esse grupo, a Coordenação Central de Cooperação Internacional (CCCI) cuida de todos os trâmites, desde a saída do aluno de seu país até a instalação e o convívio social na PUC.

A CCCI promove vários eventos para integrar os estrangeiros e familiarizá-los com a cidade. Na chegada do aluno, a coordenação promove um passei pela cidade para que os estudantes conheçam o Rio.  E no início do período acontece uma palestra para falar da cultura brasileira e de como ser um típico carioca. Na ocasião, eles explicam como fazer a matrícula e a montar a grade de horário, que é uma das maiores dificuldades dos estrangeiros.

- Os cursos têm matérias bem interessantes, mas os horários não nos deixam fazer algumas dessas matérias por serem tão rígidos na organização das mesmas. Há muitas matérias que só têm uma vez por semana, todas ao mesmo tempo. Não dá! – contou a portuguesa Mariana Delgado Baldaia, de 23 anos, que está fazendo intercâmbio desde fevereiro. A aluna estuda na Escola Superior de Artes e Design, no Porto (ESAD).

Mariana não é a única européia que anda pelos Pilotis. Segundo a coordenadora de intercâmbio de alunos internacionais, Linda Cristina Sousa, 70% dos alunos estrangeiros são americanos, a maioria da Califórnia, e 30% são da Europa, América Latina e Ásia. O curso que lidera a procura pelos estudantes é o de Comunicação Social, em seguida vem Relações Internacionais, Engenharia, Serviço Social, História e Geografia.

A francesa Magali De Varax, 21 anos, está na PUC há um ano. Ela faz disciplina de fotojornalismo do curso de Comunicação Social e diz gostar muita da relação mais próxima com os professores, o que não acontece na Sciences-Po Strosbowg, universidade que estuda em Paris. Mas Magali também faz críticas à universidade brasileira.

- O mundo da PUC é muito fechado, têm um estilo padronizado. E se chega um estilo diferente todos ficam olhando. Lá nas universidades de Paris não é assim. Cada tem um estilo totalmente diferente do outro e isso não é estranho.

Outra dificuldade de Magali foi com os tempos vagos no início do curso. Como todos os estrangeiros têm que fazer um intensivo de aulas da língua portuguesa antes de fazer iniciar outras disciplinas, ela conta que se sentia vazia e inútil. Para resolver o problema, foi dar aulas de Francês, como voluntária, em uma ONG na Rocinha. Como pontos positivos em fazer intercâmbio no Rio, a unanimidade foi a simpatia dos cariocas. Quase todos se sentiram um pouco sozinhos quando chegaram por não conhecerem muitas pessoas, mas ao longo do período fizeram amigos e viveram um pouco da cultura no cotidiano.

- O que mais gosto é a simplicidade, a acessibilidade e a alegria que esse povo tem. E não é alegria de festas, como o carnaval. É a alegria nas ruas no dia-a-dia. É muito estranho porque as pessoas não ficam irritadas na fila do supermercado, elas puxam assunto com quem esta na fila, no caixa, falam da vida, do jogo que teve ontem e etc. Lá em Paris não é assim, se você não conhece a pessoa você não fala com ela. Aqui todo mundo se fala – conta Magali.

Magali, Mariana e outros estrangeiros finalizam o intercâmbio na PUC no final deste mês. E para a despedida o CCCI esta preparando um passeio a um hotel fazenda e um coquetel para os alunos de intercâmbio fecharem a sua estadia na PUC em grande estilo.