O Brasil não forma número suficiente de engenheiros, afirmou Carlos Ghosn, CEO do grupo Renault-Nissan, em palestra nesta segunda-feira (26), no Auditório Padre Anchieta da PUC-Rio. O executivo acredita que essa falta de mão de obra resultará no aumento de salário e na importação de profissionais. Ghosn também apontou a infraestrutura e a falta de competitividade do setor automobilístico brasileiro como os principais obstáculos para o aumento da produção no país.
– Quando se compara o Brasil a México, Indonésia, China e Índia, percebemos um forte potencial, mas uma grande falha na infraestrutura. Faltam investimentos nas estradas, nos aeroportos e em eletricidade.
Ghosn acrescentou também que, apesar de o país ser o primeiro produtor de minério de ferro do mundo, o aço mais barato não é brasileiro. A commoditie sai do país para a Coreia do Sul e, ao ser transformada em aço, volta ao Brasil a preço menor.
Ele enxerga ainda uma mudança geográfica da indústria de automóveis. Para ele, o investimento caminha para a Ásia e para o Hemisfério Sul, com necessidade de mais capacidade de produção e desenvolvimento, principalmente, nos Brics e nos países africanos.
A tendência é que as fábricas fiquem localizadas nos países em que os veículos são vendidos, afirma Ghosn. Como exemplo, cita a da Nissan em Resende, interior do Rio de Janeiro, programada para entrar em funcionamento em 2013.
– Antes, os carros eram produzidos nos Estados Unidos, na Europa ou no Japão, e vendidos ao resto do mundo. Hoje isso não funciona. Tudo vai ficar mais localizado. Isso significa que os empregos gerados pela indústria automobilística vão ficar localizados também.
Sobre a chegada de carros elétricos da Renault-Nissan ao Brasil, para Ghosn isso não parece estar tão perto:
– É impossível produzir e vender hoje no Brasil. O brasileiro compra o carro elétrico se o preço for razoável. Se for caro, ele quer que o vizinho compre.
Economistas: rebaixamentos exigem reformas
Economia aguarda reequilíbrio entre Executivo e Legislativo
Economia do compartilhamento se estende às cidades
Economistas condicionam saída da crise a reforma previdenciária
Novas profissões: instagrammer ganha por viajar e ter seguidores
Avanço de serviços de música via internet muda rumos do rádio