Alunos do ciclo básico de Comunicação Social puderam conhecer um pouco dos bastidores de um canal de TV, em palestra com o diretor artístico e de programação da GNT realizada na PUC-Rio no final de abril. Convidado para o ciclo de palestras organizado por professores do 3º período, Jorge Espírito Santo contou quais as preocupações principais de quem trabalha no veículo de maior audiência do país.
- Na TV por assinatura, o mais importante é o alcance e o tempo de permanência, porque uma pessoa que passa pelo canal não necessariamente se mantém assistindo o canal – afirma o jornalista, que ainda atenta que a programação em TV fechada não é massificada quanto a de um canal aberto.
O público da GNT é composto por mulheres entre 25 e 49 anos, mas o objetivo é alcançar também o público periférico a esse, que são os maridos, os namorados e o amigos. Jorge explicou que, uma vez que a GNT é um canal fechado, é preciso levar sempre em conta que o telespectador está pagando para ver o que se passa na tela. E isso, sem dúvida, serve de motivação.
O grande desafio na GNT é achar um nicho e, a partir daí, o interesse desse público. A busca é por descobrir como passar uma mensagem de forma a ser o único a oferecê-la, criando um diferencial.
O diretor criticou ainda alguns aspectos da TV fechada no Brasil, como o mal aproveitamento do conteúdo em outras mídias, e indagou sobre o conteúdo das exportações nacionais, que é constituído principalmente por novelas.
- Será que a gente só consegue fazer bem um único formato? – lança o jornalista.
Bastante otimista, Jorge contou que o mercado está passando por um momento de ebulição, com a TV digital e as diversas novas formas de trabalhar a mídia. Ele se mostrou bastante otimista com as oportunidades que estão surgindo, especialmente para os novos profissionais, e desmentiu a idéia de que o mercado de trabalho está saturado, sem vagas.
- Esse papo de “o mercado tá...” acontece desde sempre. Quando eu era da PUC era a mesma coisa. Aliás, era pior ainda. Havia muito menos veículos.
Enquanto crescem as novas mídias, cada vez menos pessoas assistem televisão como antigamente. Jorge, por sua vez, não se desanima e conta quais aspectos mais o atraem no veículo.
- A televisão é muito rápida. A possibilidade das coisas mudarem é muito grande.
Área de atuação foi escolhida ao acaso
Formado em Jornalismo na PUC-Rio, Jorge teve sua primeira experiência no jornal O Globo, de onde saiu sete anos depois para trabalhar na MTV. Por mais que pareça improvável, a transição do formato impresso para o televisivo ocorreu ao acaso.
Jorge depois ainda trabalhou na Bandeirantes, com Luciano Huck, de onde surgiu a parceria para a elaboração do programa Caldeirão do Huck, hoje exibido pela Rede Globo. E ele atenta para que os futuros jornalistas tenham bastante contato com o meio em que pretendem se especializar, o que considera essencial.
- É um veículo que eu gosto. Eu sou louco por televisão, eu não só faço televisão como eu vejo. Eu vejo muito televisão. Adoro ficar em casa zapeando e vendo o que as pessoas estão fazendo.
"Cada um pode ter o seu canal de televisão"
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"O repórter deve ir em busca da audiência”