Caroline Hülle - Do Portal
13/06/2012Para conscientizar os alunos e funcionários da PUC-Rio sobre o sistema de coleta seletiva implantado no campus há um ano, alunos do Laboratório de Publicidade, coordenados pelo professor Marcos Barbato, criaram a Exposição do Resto, usando lixo e material reciclável. Um dos 13 grupos recolheu, durante dois meses, 243 latas de alumínio, 50 tiras de papel, 100 caixas de ovos e 35 garrafas de vidro, materiais que revestem o Corredor dos Sentidos, onde, com as luzes apagadas, o participante sente a textura do lixo reciclável. Outro grupo, integrando os departamentos de Comunicação, Informática, Engenharia e Design, criou o Replay, jogo inspirado no rock band (em que se brinca tocando, na guitarra, as notas que aparecem no monitor). Na versão dos alunos da PUC, os acordes pesados do rock abrem espaço para uma batucada bem brasileira, produzida por materiais reutilizados como as lixeiras de plástico.
– A ideia inicial era chamar um professor para dar aulas e fazer competições, mas notamos a aceitação dos alunos em muitos jogos interativos que já passaram pelos pilotis – conta Maria Vitória Campelo, uma dos sete integrantes do grupo.
Como resultado do projeto, Barbato espera que a experiência sirva para “outras dimensões” na formação do aluno. Para Barbato, o trabalho integrado com vários departamentos deve ser um modelo a ser seguido pelas universidades:
– O estudante percebe que pode sair da faculdade com um portfólio.
Em breve o jogo deve ultrapassar os muros da PUC-Rio. Os alunos pretendem levar o projeto para o Planetário da Gávea e escolas públicas. O mesmo deve acontecer com Roger, um esquilo bem-humorado que habita o campus – pelo menos depois que um grupo resolveu criar uma história para ele. O mascote foi inspirado em um roedor que foi visto comendo lixo no bosque. Ativo, bem-relacionado e popular nas redes sociais, o “garoto-propaganda” utilizava a internet para estimular atitudes verdes. Agora ele pode abordar outros temas.
Para criar uma onda do mar que representasse a poluição, outros alunos recolheram mais de 12 mil tampinhas de garrafas pet. Rafaela Pinho, do 6º período acredita que o mais importante foi perceber a capacidade de mobilizar outras pessoas: cerca de 400 vieram da Bahia.
– Fiquei surpresa com a quantidade coletada com a ajuda de pessoas que nem nos conheciam. Viajei a trabalho e um garoto me entregou uma sacola cheia de tampinhas.
Os projetos também tiveram o acompanhamento do professor de publicidade Bernardo Mariani.
– Não existe um momento mais propício para uma exposição sobre sustentabilidade do que o mês da Rio+20 – enfatiza Mariani.
Segundo o professor, o tema do próximo semestre pegará carona nas comemorações dos 60 anos do Departamento de Comunicação.
"Acordo climático é tão urgente quanto planejamento urbano"
Produção sustentável exige melhor educação ambiental
Para evitar outras Marianas, é preciso revisar leis e fiscalizações
Pendências para avanço da resiliência no Rio de Janeiro