Patrícia Côrtes e Rodrigo Serpellone - Do Portal
14/06/2012"O século XXI é o século das cidades. Elas precisam parar de ser tão consumidoras". O alerta da diretora da Associação de Governos Locais pela Sustentabilidade, Susanne Saltz, resume a visão dominante no debate sobre a relação entre Ambiente urbano e bem-estar, ontem, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para Desenvolvimento Sustentável . Reunidos na PUC-Rio, especialistas discutiram os desafios urbanos para a promoção de qualidade de vida e saúde.
Segundo Xuemei Bai, professora de Ambiente Urbano e Ecologia Humana da Universidade Nacional da Austrália, se o crescimento populacional do planeta continuar no ritmo atual, teremos o equivalente a “uma nova cidade de um milhão de pessoas a cada semana até 2050”. Ordenar e equilibrar a expansão demográfica revelam-se, portanto, essenciais para garantir um ambiente urbano sáudável:
– Quanto maior a cidade, maior o número de pessoas com doenças infecciosas e respiratórias – observou ela.
Embora concorde que a melhora estrutural das cidades seja necessária para uma vida com “menos carbono e mais saúde”, Anthony Capon, professor de Saúde Pública da Universidade de Canberra, também da Austrália, acrescenta que as mudanças de hábitos revelam-se igualmente importantes:
– O bem-estar vai depender também de mudanças de hábitos individuais. O número de obesos, por exemplo, vai diminuir se optarmos por alimentos que vêm da fazenda direto para o nosso prato – exemplificou o pesquisador, na reunião.
Já Koichi Yamada, professor de Sistemas de Informação da Universidade de Tecnologia do Japão, sugere usarmos a tecnologia como aliada. Proposta apoiada pelos demais participantes do debate: o secretário de Ciência da Universidade da Mongólia, Chuluun Togtokh, o professor Dov Jaron, membro executivo do International Council for Science (ICSU) e o imunologista Indira Nath, da Academia de Ciência da Índia. Eles reforçaram que a criação de um espaço comprometido com o bem-estar e a preservação ambiental exige uma coordenação de esforços públicos e privados, desde a melhor melhor estruturação dos transportes de massa até comportamentos como a reciclagem de lixo domiciliar.
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