Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Campus

Propaganda em pílulas muda o ritmo do mercado

- Do Portal

09/04/2008

Conceitos curiosos, como “cultura snack” e “publicidade viral”, e frases de impacto, como “hoje em dia todo mundo é um Roberto Marinho”, deram o tom do sexto encontro do seminário “A publicidade na era digital”, realizado em 2008, no Auditório do RDC. Participaram os publicitários Eco Moliterno, da agência Wunderman, e Marcela Peixoto, da Aquarela Filmes. O debate foi coordenado pela redatora publicitária e professora Ana Letícia Paranhos, do Departamento de Comunicação Social.

Marcela – que é ex-aluna da PUC – foi a primeira a falar. O tema era “Novas mídias, novos modelos de negócios”. Ela exibiu no telão várias campanhas (para a Coca-Cola, para a MTV, para xampus) e dissertou sobre as transformações pelas quais a publicidade vem passando. Tocou em dois pontos principais: “Estamos deixando a cultura do ‘ou’ e passando para a cultura do ‘e’, pois ninguém agoravê televisão ou lê jornal ou ouve rádio. Agora vemos TV e lemos jornal e ouvimos rádio e nos informamos pelo celular e navegamos na internet”, disse, num fôlego só. “É a cultura snack, ou seja, tudo vem em pílulas”, reforçou.

O segundo ponto focado por Marcela foi a forma como a publicidade tem chegado ao consumidor: “A mídia empurrada vai ficando para trás. Entramos na era da mídia puxada. O consumidor escolhe o anúncio que quer ver, e não recebe nada à força”. Eco, que é diretor de criação da Wunderman, iniciou sua fala com uma espécie de provocação: “Nós, publicitários, estamos perdendo feio esse jogo”. E deu o placar atual: “Consumidor 5, publicidade 0. Precisamos pelo menos empatar.” Ele ressaltou que o consumidor está dando as cartas: “Antigamente, por pior que fosse o produto, por pior que fosse o anúncio desse produto, era só botar no meio do Jornal Nacional e todo mundo comprava. Hoje não é assim que a banda toca. Chegamos a um ponto em que é quase o consumidor que escolhe o anúncio que deseja ver”.

Ao falar de “vídeos virais” e de um novo verbo que surge no mercado - “viralizar” -, Eco Moliterno destacou: “Internautas vêm fazendo conteúdos muito mais interessantes que os comerciais ao estilo tradicional”. E, tirando gargalhadas da platéia, disse: “Fazer um bom negócio na internet é fazer com que sua marca fique tão visível quanto uma celebridade fazendo sexo na praia. É o que eu chamo de efeito Cicarelli”.