A qualidade das informações públicas representa uma aliada para conter problemas como a depressão, mas a imprensa precisa desenvolver uma visão mais "integrada". A avaliação foi unanimidade entre os participantes da painel Comunicação como processo de valorização da vida, coordenado pelo padre Geraldo Martins, assessor de comunicação da CNBB (veja a íntegra dos debates: partes 1 e 2). O reitor da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira, S.J., o jornalista André Trigueiro, a professora Maria Clara Bingemer, do Departamento de Teologia, e o professor Joel Birman, do Instituto de Psisologia da UFRJ, alertaram para os efeitos do noticiário no comportamento social. Trigueiro reforçou a importância da seleção do conteúdo veiculado na grande imprensa e em novas mídias para prevenir, por exemplo, o suicídio:
– É necessário discutir como profissionais da imprensa, jornalistas ou comunicadores informais devem reportar o suicídio, esconder debaixo do tapete não é a solução porque a prevenção se faz com a informação. Podem ser prevenidos 90% dos casos – ressaltou.
Já o professor Joel Birman, que também participou do debate, observou que parte do "poder da imprensa" deve-se à hierarquia de significados: “O significado interpretado pelo espectador é mais importante que o significado do fato em si”. Por isso, acrescentou Trigueiro, a forma da imprensa de tratar as informações nas publicações é tão poderosa. Para o jornalista, determinadas interpretações podem induzir ao sucídio:
– Às vezes, uma maneira errada de informar torna-se um exemplo negativo e leva o indivíduo depressivo ao suicídio. A imprensa tem que mostrar que o problema existe, mas da forma certa. Até porque dados da Organização Mundial da Saúde revelam que, para cada suicídio, cinco pessoas ficam abaladas e precisam de acompanhamento psiquiátrico.
Os especialistas reunidos na universidade apontaram a necessidade “de se treinar uma visão global da comunicação e produzir discursos interculturais e interreligiosos” ao desenvolvimento de uma comunicação integrada “entre homem, natureza e Deus”. Para padre Josafá Siqueira, S.J., é impossível estabelecer prioridade entre a questão social e ambiental:
– Estão profundamente ligadas – argumentou – Quando atuamos no natural intervimos no social. A raiz de diversos problemas está na falta de interação homem-natureza.
Para a professora Maria Clara Bingemer o processo histórico da comunicação é uma peça chave no entendimento de Deus. Pois, segundo ela, “Deus se revela por meio da história”:
– É fundamental a convicção de que Deus se revela por meio da história. Isso significa que não devemos sair do processo histórico para encontra-lo. É pela historia que podemos ouvir sua palavra e compreender o que ele quis dizer, portanto a revelação cristã é histórica.
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