Na palestra Choque de ordem na cidade do Rio de Janeiro, realizada na quarta-feira (23/06), na PUC-Rio, o ex-secretário municipal de Ordem Pública Rodrigo Bethlem procurou esclarecer a operação que consiste em um conjunto de ações de reordenamento da cidade. Apesar de não ocupar mais o cargo na Secretaria de Ordem Pública, Bethlem é considerado o mentor do projeto. Para ele, a operação tem caráter permanente, com a criação de uma secretaria especializada nessas ações.
– O choque de ordem tem o objetivo de ampliar a qualidade de vida. Esse modelo de reordenamento foi fundamentado em ações de cidades internacionais, como Chicago, Nova York e Bogotá – ressaltou o ex-secretário.
De acordo com Bethlem, a atual política de reordenamento do Rio de Janeiro tem ganhado destaque nas imprensas nacional e internacional. Jornais e agências de notícias, como o The New York Times, a Reuters e o Le Monde, elogiaram a implantação do choque de ordem na cidade. Segundo o palestrante, já foram detidos aproximadamente 600 flanelinhas, foram levadas à frente 42 operações de demolições, mais de 17 mil acolhimentos da população de rua e mais de 33 mil veículos foram rebocados.
– O trabalho está só no início. A cidade tem que ter tempo para o reordenamento, pois há anos a desordem é predominante no Rio.
O ex-secretário acrescentou que as ilegalidades no entorno do Maracanã diminuíram com o trabalho realizado, que já visa à Copa do Mundo de 2014. Além disso, Bethlem mostrou vídeos dos resultados do Choque de Ordem, como a apreensão de comida ilegal no Centro, demolição do minhocão na Rocinha e a construção de uma escola no lugar da cracolândia no Jacarezinho.
A proposta do choque de ordem, conforme disse Bethlem, é fundamentada na política de “tolerância zero”, de combate ao pequeno delito. Para o ex-secretário, o pequeno delito pode se transformar em grande delito se não for combatido.