A universalização da internet entre os estudantes da PUC agora é um fato comprovado
– Era comum a criação de uma biblioteca em casa. Hoje ninguém faz mais – afirma o professor.
Ele argumenta que a internet não substitui o livro. “Os jovens fora daqui também estão lendo pouco. A internet os deixa informados, mas o livro é insubstituível”.
A escritora e professora do Departamento de Comunicação Luciana Pessanha concorda com Alckmin. Para ela, a informação da internet é "superficial e imediata" e o livro "traz a interiorização necessária ao ser humano".
– Grande parte dos problemas que afligem as pessoas tem as respostas na literatura – afirma.
Aspectos econômicos e culturais também são apontados como causas do pequeno índice de leitura. Na opinião do professor Paulo César Greenhlagh (foto), que divide com Alckmin a coordenação da pesquisa, o livro está muito caro e "isso afasta os leitores”, especialmente os mais jovens. Já a professora Maria Celina D’Araújo, do Departamento de Sociologia e Política, responsabiliza "a cultura da xerox":
– O aluno tem que ser incentivado a ler o livro inteiro – argumenta.
TV ainda reina como principal fonte de informação do brasileiro
Apesar de crescente, o acesso à internet no Brasil ainda é pequeno: apenas 34% (66 milhões) da população navega na rede – nos EUA, esse índice chega a 75% (220 milhões) e na Índia 81 milhões de pessoas estão conectadas (mas isso só corresponde a 15% dos indianos).
A televisão ainda domina a audiência no Brasil. Presente em 97% dos lares – percentual inferior só ao da Grã-Bretanha –, o aparelho se sobrepõe aos computadores, que estão em apenas 25% das casas brasileiras. A média de leitura entre os brasileiros também é baixa: 4,7 livros por ano – contra oito por ano dos europeus.