A teologia, ciência que estuda o relacionamento – ou a falta dele – dos homens com Deus, deve conduzir a religião, pois nenhuma doutrina religiosa pode existir sem o suporte da razão. A proposição kantiana foi destacada pelo italiano Constantino Espósito (foto), em palestra na PUC-Rio. Professor da faculdade de filosofia da Universidade de Bari, na Itália, Espósito ressalvou que Kant, mesmo pensando a razão como suporte para a religião, não via nela o caminho para a confirmação de Deus:
– Kant acreditava que a teologia é a base para a religião, pois esta ciência nos leva mais próximo do legado de Deus. Mas a razão não pode demonstrar a existência Dele, nem pretende isso.
Para o professor italiano, a suposição da existência de Deus é um elo entre moral e felicidade. Na opinião dele, o "homem pós-moderno" prefere uma vida feliz a uma vida virtuosa.
– Kant só não faz a ligação entre a felicidade e a moral. O homem tem que viver segundo a moral e o que fará essa ligação é Deus – criticou Espósito, para, em seguida, atribuir ao filósofo alemão uma dimensão mítica:
– Ele é genial, pois até os inimigos de Kant tem que pensar Kant para contestá-lo.
O filósofo alemão Immanuel Kant viveu entre o final do século XVIII e o começo do XIX. Influenciou nomes importantes da história do pensamento alemão, como Hegel e Schopenhauer.