Bruno Alfano, Evandro Lima Rodrigues e Lucas Soares - Do Portal
12/04/2010A greve das empresas de ônibus que atendem a Zona Oeste do Rio não deixou o carioca esquecer o colapso do transporte provocado pelo temporal da semana passada. A paralisação desta segunda-feira causou aglomerações em diversos pontos e dificultou o deslocamento pela cidade, inclusive no Centro e na Zona Sul. No terminal rodoviário da PUC-Rio, só a linha 128, da empresa Real, está fora de circulação. A greve, no entanto, atropelou a rotina de estudantes, professores e funcionários da universidade. André Mendes, mestrando em Direito, veio de táxi, para manter os compromissos.
– Saí da minha casa, na Barra, às 7h50 e só consegui chegar às 9h50. A Avenida das Américas estava com os pontos lotados. Passava apenas um ou dois ônibus. Tive que pagar um táxi depois de esperar por quase uma hora – conta.
Outros preferiram as vans, como Aline Galvão, aluna de Comunicação Social. Ela ressalta que, além da dificuldade em conseguir transporte público, a greve deixou o trânsito mais pesado:
– O engarrafamento na manhã de hoje foi maior do que o normal porque muitas pessoas resolveram tirar seus carros da garagem. Levo 40 minutos para chegar aqui [à PUC] todos os dias. Hoje gastei mais de uma hora e meia para atravessar a Barra.
O transtorno imposto a rotinas, agendas e humores estende-se ao orçamento. Marilani Ferreira, funcionária da Sodexo, teve de acrescentar um ônibus e uma van à condução diária de Cascaura à Gávea (755).
– Se a greve continuar, não terei dinheiro para ir ao trabalho – preocupa-se a usuária do RioCard.
Os rodoviários em greve reivindicam melhores salários e mais benefícios. Para o prefeito Eduardo Paes, a iniciativa "não se justifica", pois foram concedidos, há dois meses, aumentos nas tarifas cobradas pelas empresas de ônibus. Paes determinou a volta às ruas das linhas fora de circulação. O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio, classificou a greve como "inoportuna".
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