Quem pensa que carnaval é festa apenas para gente grande está enganado. Em meio à folia dos blocos e das grandes agremiações, há também espaço para um público que por natureza adora uma ‘bagunça’. Nesse carnaval, o que não faltam são opções para a alegria da criançada. Os destaques são as escolas de samba infantis e os tradicionais blocos de rua.
Para a criançada que tem samba no pé, a opção é prestigiar as escolas de samba mirins. A festa começa no dia 12, a partir das 17h. Dezesseis escolas irão desfilar pelo Sambódromo, cada uma com o tempo máximo de 30 minutos. Segundo a Riotur, a ordem do desfile será a seguinte: Inocentes da Caprichosos, Tijuquinha do Borel, Corações Unidos do CIEP, Infantes do Lins, Miúda da Cabuçu, Pimpolhos da Grande Rio, Ainda Existem Crianças Vila Kennedy, Herdeiros da Vila, Estrelinha da Mocidade, Mangueira do Amanhã, Império do Futuro, Aprendiz do Salgueiro, Mel do Futuro, Petizes da Penha, Golfinhos da Guanabara e Nova Geração do Estácio de Sá.
Segundo a presidente da Associação das Escolas de Samba Mirim (AESM-Rio), Maria da Conceição Cardoso Fonseca, a ‘Turquinha”, aproximadamente 50 mil crianças participam do desfile na Sapucaí. A entrada será gratuita e a previsão é que o desfile termine por volta da meia-noite.
Já para as crianças que gostam do carnaval de rua, as opções são os blocos mais tradicionais do Rio, como o Céu na Terra. Tradicional bloco do bairro de Santa Teresa, que aproveita a última linha de bonde da cidade e resgata o Bonde da Folia dos anos 40. O bloco canta marchinhas tradicionais de carnaval e composições próprias. Desfila com bonecos gigantes, perna de pau e foliões fantasiados lotando as ladeiras. A concentração será na Praça Odilo Costa Neto no sábado de carnaval (13/02), a partir das 7h. Os foliões seguem a pé até o Largo das Neves, onde dispersa por volta das 12h. Considerado um dos blocos mais tranquilos do Rio, o Céu na Terra atrai inúmeras famílias. O ritmo é lento para que ninguém fique para trás.
Dia 13 sai também A Pedrinha, versão infantil do tradicional A Rocha. O bloco, que está no seu terceiro ano, reúne as crianças no Planetário da Gávea a partir das 14h. O tamanho do percurso é de acordo com o tamanho dos foliões. As crianças partem do planetário e fazem um minidesfile até a PUC.
No domingo (14/02) é a vez do Cordão do Boitatá. O bloco se concentra em frente a sua sede, na Rua do Mercado, no Centro. O desfile começa às 9h e passa pelas ruas do Centro antigo sem carro de som, apenas com músicos tocando marchinhas com instrumentos de sopro e percussão. Os foliões acompanham o bloco pelos becos e ruas estreitas até chegar a Praça XV. Ao meio-dia há uma breve pausa e a festa continua no palco armado na praça. Começa, então, o grande baile ao ar livre. O repertório vai desde marchinhas tradicionais, passando por sambas antigos, até frevos. A criançada comparece em peso e costuma ficar atrás do palco onde o som é mais baixo. Se você se animou em levar as crianças, lembre-se que o legal é fantasiá-las. Quase todos os foliões que acompanham o Boitatá vão com fantasias caprichadas e bem-humoradas.
Ainda no dia 14, ocorre o Baile Infantil de Carnaval promovido pelo Cordão da Bola Preta. A matinê, que começa a partir das 15h, será na sede do bloco na Rua da Relação, nº 3, na Lapa. Segundo Márcia Rosário, assessora do Cordão, o evento é aberto às crianças acompanhadas dos pais. Os ingressos dos adultos custam R$10,00 e a criançada tem entrada gratuita. O evento, que será animado pela Banda Show do Cordão, volta a ocorrer depois de dois anos sem edições. De acordo com Márcia, nos últimos anos o bloco estava sem sede, mas com o novo espaço a festa promete.
Na segunda-feira de carnaval (15/02), quem sai à rua é o Cordão Umbilical. O bloco legitimamente infantil desfila pelas ruas internas do Humaitá com afinadas marchinhas. A concentração será às 11h, no Largo dos Leões. O bloco é tão ‘família’ que nem vendedor de cerveja tem. Mas eles não fazem falta. No lugar dos carrinhos com bebida, há os carrinhos de bebê batendo nas canelas. É bonito quando o cordão passa em frente ao hospital e todo mundo começa a cantar baixinho.
Dia 15 também tem a versão infantil de um dos blocos mais conhecidos da Zona Sul. A Bandinha de Ipanema se concentra a partir das 18h, na praça General Osório, e de lá não sai. Criada em 2006 pelos integrantes da tradicional Banda de Ipanema, a Bandinha foi feita exclusivamente para os pequenos vestirem a sua fantasia e pularem ao som de um repertório que mistura cantigas de rodas e marchinhas de carnaval. Nessa festa, adultos só entram acompanhados de uma criança.
Terça-feira (16/02) é dia de Bagunça meu Coreto. Fundado por moradores de Laranjeiras e Flamengo, o repertório é basicamente de marchinhas. O bloco sai a partir das 11h, na rua São Salvador. Com um estilo ‘família’, o Bagunça meu Coreto tem uma forte participação infantil. A dispersão é feita na praça São Salvador por volta das 15h.
Para os moradores da Zona Oeste, o destaque é para o bloco Geriatria e Pediatria que está fazendo 14 anos. O bloco apenas se concentra, mas não sai. Exceto no dia 12, quando desfila pelas ruas de Campo Grande. Todos os dias de carnaval (12/02 a 16/02), de 18h as 0h, o bloco estará na esquina da rua Jiçara com Professor Rodrigues, em Campo Grande. O público, como o nome sugere, reúne crianças e idosos.