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Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Cidade

Do campus ao shopping, a busca de um lugar à sombra

Juliana Oliveto e Lais Botelho - Do Portal

02/02/2010

 Mauro Pimentel

Rio de sol, de céu, de mar e calor, muito calor. Com marcas acima de 40°C, a cidade supera com folga a máxima de 36,5°C registrada no mesmo período do ano passado. Para fugir da sensação térmica às vezes acima de 50 graus, o carioca busca refúgios além da indefectível praia. Abriga-se nas sombras do Jardiom Botânico, no ar-refrigerado do Shopping da Gávea, nos caminhos arborizados da PUC-Rio. Alguns aproveitam o ambiente bucólico, reforçado pela tranquilidade das férias, para fazer exercícios, caminhar, conversar, passear com o bebê, descansar ao som do Rio Rainha.

Para espantar o sedentarismo, a aposentada Carmen Ibarra, 66 anos, caminha 40 minutos por dia, cinco vezes por semena. Desde 2003, PUC, praia e Jardim Botânico incorporaram-se à rotina de caminhadas. Sua preferência recai sobre as belezas do parque inaugurado por Dom João. “Venho pelo ambiente que, além de seguro, é lindo. Todo dia tem uma novidade. E o clima é bem mais fresco do que o da rua, que anda muito quente”, justifica.

Já o comerciante Paulo Eugênio, 42 anos, prefere refugiar-se nos corredores refrigerados do Shopping da Gávea. Morador da Barra, aproveita o tempo na poltrona entre as vitrines para relembrar a época em que morou na Gávea. “É uma opção gratuita e divertida para um dia de folga. Aumenta a vontade de voltar a morar aqui”, sonha.

 Mauro Pimentel

Igualmente procurada como um oásis contra o calor, o campus da PUC-Rio aproxima-se de um parque nas férias. O fluxo médio de 20.000 pessoas no período letivo cai cerca de 60% nas férias. Diferente de alunos e funcionários, grande parte dos transeuntes representa um novo público que aproveita o local agradável e refrescante para a realização de atividades diversas.

A aposentada Siva Bianchi, moradora da Gávea, de 85 anos, caminha diariamente no campus. Por recomendação médica, aproveita as ladeiras para "trabalhar as articulações dos joelhos, cercada de muito verde e ar puro”.

A babá Irene Silva leva Sofia, de oito anos, para brincar no "grande espaço verde". Ela também utiliza serviços da universidade, como restaurantes e bancos.

Nascida em Tóquio e formada em decoração comercial em Londres, a tradutora Momi Utiro mora há cinco anos no Vidigal. Frequenta semanalmente o campus da PUC, onde concilia demandas funcionais com a oportunidade de contemplação da natureza. Com o computador de um amigo, aproveita a internet sem fio para fazer conferências em frente ao bosque.

– Apesar de tudo funcionar no Japão, lá não encontro o lado humano daqui, o Brasil tem mais vida, além de diversas opções gratuitas de lazer. Onde poderia encontrar um lugar desses para trabalhar?

Funcionário da universidade há 20 anos, José Ribeiro usa o campus para manter a forma. Corre diariamente. Aos 63 anos, acorda às 4h e anda da sua casa, na Rocinha, até a PUC. O melhor condicionamento proporcionou, inclusive, participações na maratona do Rio. 

Segundo o Instituto Climatempo, as elevadas temperaturas marcadas pelos termômetros são ocasionadas por um sistema de pressão atmosférica que está sobre a região Sudeste, principalmente no Rio.