O Rio de Janeiro é uma das cidades que lançam tendência, comportamento de consumo no mundo. Em palestra na PUC-Rio, pesquisadores da agência paulistana Box1824 reafirmaram a influência da capital fluminense no cenário internacional. Os “caçadores de tendência” desmistificaram a hegemonia europeia para ditar moda:
– Neste início de século, tudo acontece ao mesmo tempo, devido à rede. É mito a ideia de que tudo aquilo que consumimos veio de um comportamento surgido na Europa. Vem de todo o mundo – observou a pesquisadora de campo Mariana Baldi – E o Rio cupa um lugar importante neste contexto. Tanto que várias agências de fora, como a Box, mantêm profissionais na cidade.
A internet avança como plataforma de propagação de novidades, afirmaram os especialistas. A rede também se consolida como umas das principais ferramentas para a caçada de tendências.
– Utilizamos as redes de relacionamento como forma de obter resposta mais rápida do que o consumidor quer. Porém, só conseguimos essa lista de pessoas que nos “ajudam” depois de tê-las abordado pessoalmente – explicou o publicitário Germano Penalva, ex-aluno da PUC-Rio.
Alguns comportamentos surpreendem até caçadores tarimbados. Como a apropriação dos lenços palestinos pela indústria de consumo. Usados como forma de apoio à causa, na Europa, chegou a Brasil como peça de moda, lembraram os publicitários.
Seguno eles, marcas como a Nike buscam inspiração na moda da rua, no skate, hip-hop, manifestações de classes populares, em busca de novas tendências. Assim, encontram atalhos para fisgar consumidores da classe A.
– Por isso, é necessário que consigamos transitar por todos os cenários possíveis. Desde a balada da “patricinha” ao rock. – afirmou Germano, ex-aluno da PUC.
Ele ressalvou:
– Não fazemos futurologia, mas um estudo de comportamento para auxiliar as marcas em produtos que suprirão as necessidades do mercado.