Carolina Barbosa, Clarissa Pains e Luísa Sandes - Do Portal
10/08/2009O corpo do economista brasileiro Gabriel Buchmann, 28 anos, encontrado morto no Maláui, será cremado na tarde de terça-feira, 11, no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. O velório, realizado nesta segunda-feira, começou por volta das 10h na capela número 1 do mesmo local.
Na manhã do último sábado, 8, mais de 50 amigos e parentes se reuniram na praia de Ipanema, na zona sul do Rio, para prestar uma homenagem a Gabriel. O corpo chegou ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no fim da tarde de domingo, 9, e depois foi trazido de carro para o Rio.
O brasileiro, encontrado no Maláui na manhã de quarta-feira, 5, morreu de hipotermia, uma queda na temperatura corporal, segundo informações divulgadas ontem pelos peritos que realizaram a necropsia no corpo do economista. De acordo com os médicos, o mais provável é que a morte tenha ocorrido no dia 19 de julho. Ele estava agasalhado com gorro e cachecol, mas, mesmo assim, não resistiu à baixa temperatura.
O corpo de Gabriel foi encontrado numa espécie de ninho que ele teria feito para se proteger do frio intenso. A descoberta foi transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) ao Itamaraty, que comunicou à família no início da tarde do mesmo dia. Um helicóptero alugado pelos parentes removeu o corpo, que, em seguida, foi levado a um hospital do país, onde foram realizados exames para esclarecer a causa da morte.
No dia 17 de julho, o brasileiro desapareceu ao fazer uma trilha considerada segura e de fácil acesso no Monte Mulanje, no Maláui. Ele dispensou o guia local e decidiu subir a montanha sozinho. As últimas imagens registradas em sua câmera mostram que, no mesmo dia, ele conseguiu atingir o cume.
O economista se preparava para começar um doutorado na Universidade da Califórnia sobre Economia da Pobreza e, desde julho do ano passado, havia percorrido sessenta países da Ásia, Oriente Médio e África com o objetivo de conhecer de perto a vida destes povos e investigar sua distribuição de renda. Viajava de carona e instalava-se em casas de família. Em troca, colaborava com as despesas.
Gabriel, que era morador do Leblon, fez mestrado na PUC-Rio e trabalhou no Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tinha seu retorno programado para o dia 28 de julho. Nesta data, família e amigos fizeram uma manifestação na praia de Ipanema, como forma de arrecadar doações e pedir ajuda às autoridades brasileiras. O objetivo era intensificar as buscas, já que, até então, apenas um helicóptero havia sido disponibilizado pelo Itamaraty.
Amigos e parentes afirmaram que o corpo do economista foi encontrado por moradores da região, e não por um dos grupos de busca, como havia sido divulgado anteriormente.
Um dos países mais pobres do mundo, o Maláui era a última escala da rota de Gabriel. Desde seu desaparecimento, pessoas próximas criaram o blog Ajude Gabriel Buchmann para receber doações e notícias. Com o objetivo de homenagear o economista carioca e divulgar sua história, o site, que já recebeu quase 500 acessos, permanecerá funcionando.
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