Estética: encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo *
Quem veio?
Walcyr Carrasco, paulista, jornalista, novelista e escritor.
Por que veio?
Palestrar no seminário “Estética: encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”. Falou sobre os desafios na adaptação de obras literárias.
Onde foi?
Na PUC, 3 de abril de 2007.
Melhores momentos
“Se você for pesquisar ao longo da história da literatura e do teatro, dá pra encontrar grandes autores que não se apoiaram na questão da idéia original, eles pegavam histórias que já existiam. Essas histórias se tornaram deles pela força narrativa.”
“Durante algum tempo eu fiquei no “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. E quando eu entrei no “Sítio” era um momento delicado, porque as histórias do Monteiro Lobato haviam acabado. Daí eu tinha que, com os personagens do “Sítio”, criar histórias que Monteiro Lobato criaria. Então, onde eu fui beber? No que Monteiro Lobato bebeu, ou seja, no folclore, nos contos tradicionais.”
“Pra gente que trabalha com arte ou comunicação, existe sim uma questão de ter público, é mentira dizer que não. Você não faz um livro pra ninguém ler, senão você não iria publicá-lo!”
“A grande questão da linguagem de época é a seguinte: você não pode escrever como eles falavam porque ninguém vai entender. A partir disso, você busca um tom de época e constrói uma linguagem que seja acessível e compreensível hoje em dia.”
Todo mundo riu...
“Eu sempre tive vontade de matar os protagonistas de ‘Alma gêmea’!”
“Eu saía nas ruas e as pessoas vinham me dizer que a Cristina (de “Alma gêmea”, interpretada por Flávia Alessandra) tinha que morrer, que elas a odiavam. Até que culminou num e-mail que eu recebi do meu irmão, que dizia assim: ‘Walcyr, assim como as pessoas sobem, elas caem. Se você não castigar a Cristina imediatamente, você vai perder tudo aquilo que você construiu’. Como eu interpretei aquele e-mail? Que está dando certo, não é verdade?! Afinal, ela é a vilã, as pessoas não têm que gostar dela. Aí que eu fiz a Cristina fazer horrores na novela!”
Uma palavrinha a mais
- Grande parte dos seus trabalhos, como “O Cravo e a Rosa” e “Chocolate com Pimenta”, são de época. Porque essa preferência?
- Olha, embora não tenha terminado, eu fiz faculdade de História. Isso automaticamente me levou a buscar esse universo.
- Algumas de suas novelas falam muito de espiritualidade, vida após a morte, fatos sobrenaturais. Você se considera um homem religioso? Qual é a sua relação com isso, como pensa e por que coloca esses assuntos em pauta nos seus trabalhos?
- Realmente o interesse pelo mundo esotérico faz parte de mim. Eu pertenço à Ordem Rosa Cruz há 25 anos, estudo e leio sobre isso constantemente, estou interessado nisso o tempo inteiro. Sou uma pessoa espiritualizada, acredito nisso e gosto de trabalhar esse tema.
- Você tem projetos futuros de outros trabalhos voltados para o público infantil?
- Isso pra mim é contínuo. Estou terminando uma adaptação de três livros de Júlio Verne, “Viagem ao centro da Terra”, “Vinte mil léguas submarinas” e “A volta ao mundo em 180 dias”.
* Acompanhe a seqüência do seminário “Estética: encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”:
1 – Luís Erlanger.
2 – Luiz Fernando Carvalho.
3 – Luiz Gleiser.
4 – Geraldo Carneiro.
5 – Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira.
6 – Antônio Calmon.
7 – Daniel Filho.
8 – Guel Arraes.
9 – José Lavigne.
10 – Walcyr Carrasco.
11 – Sílvio de Abreu.
12 – Sérgio Marques.
13 – Glória Perez.
14 – Edson Pimentel.
15 – Maristela Veloso e Alexandre Ishikawa.
16 – Eduardo Figueira e Maurício Farias.
17 – José Tadeu e Celso Araújo.
18 – José Cláudio Ferreira e Keller da Veiga.
19 – Ariano Suassuna.20 – Luiz Fernando Carvalho (e equipe).
21 – Betty Filipecki e Emília Duncan.
22 – Denise Garrido e Vavá Torres.
23 – Cláudio Sampaio e Alexandre Romano.24 – Edna Palatinik e Cecília Castro.25 – Roberto Barreira e Marcinho.
26 – Cadu Rodrigues.