Com um clima de bate-papo informal, o encontro com o cineasta Andrea Tonacci reuniu alunos e professores da pós-graduação de Comunicação Social, na tarde desta quinta-feira. O assunto principal foi a produção dos filmes Olho por Olho (1965), Blá, Blá, Blá (1968), Bang-Bang (1970) e Serra da Desordem (2006).
Segundo o professor do departamento de Comunicação Social, Miguel Pereira, o trabalho de Tonacci é muito visceral, autêntico.
- Ele se revela inteiramente no que faz. Seus primeiros filmes causaram um impacto político muito forte tanto para o Brasil quanto para o próprio cinema – ressalta.
Nascido na Itália, Tonacci abandonou a faculdade de engenharia e arquitetura na época da ditadura militar para se dedicar ao cinema.
- Quando descobri que todo aquele discurso dos estudantes era uma farsa, que as palavras eram manipuladas, me decepcionei e comecei a escrever roteiros. O Blá, Blá, Blá fala exatamente deste vazio das palavras.
De acordo com ele, em Bang-Bang o espectador projeta nas imagens a revelação de si próprio, e o significado que está lá.
- Este é o meu filme mais simbólico.
O cineasta, integrante do Cinema Marginal, também possui trabalhos com indígenas. Para o professor Miguel Pereira, é ousado e quebra regras.
Ao final do evento, foi exibido o longa Serra da Desordem e depois houve um debate com Tonacci , alunos e professores presentes.
Tonacci revela que nunca fez cinema para ganhar dinheiro e sim para tentar mudar o mundo. Com o filme Superstição e Futebol, venceu na categoria de Melhor Produção no Festival de Oberhausen. Serra da Desordem recebeu muitos prêmios, entre eles o de Melhor Filme, Diretor e Fotografia no 34º Festival de Cinema de Gramado.