Um debate que tomou conta do carioca – ou pelo menos dos moradores dos bairros de Laranjeiras, Cosme Velho e Flamengo – foi a perspectiva de fechamento do acesso ao túnel Rebouças a partir do Cosme Velho pelos próximos seis meses. Nas páginas do jornal O Globo, depois que o colunista Joaquim Ferreira dos Santos defendeu o fechamento definitivo do acesso – o jornalista é morador do Cosme Velho e assinou uma crônica elogiando a volta da tranqüilidade no Bairro – os leitores se manifestaram em igual proporção: contra ou a favor. Na PUC-Rio, o impacto do fechamento do túnel é sentido por alunos e professores que, moradores dos bairros diretamente afetados, dependem do Rebouças para chegar à Gávea.
Para Diogo Cavour, aluno do sexto período de Cinema da PUC, o bloqueio do acesso só atrapalha. Morador no Largo do Machado, ele usava o Rebouças para chegar à faculdade, trajeto que fazia em aproximadamente 30 minutos. Hoje, vindo pela rua São Clemente, em Botafogo, para chegar às nove horas da manhã na universidade, ele diz que demora 50 minutos, às vezes até uma hora. “A São Clemente é cheia de colégios, assim como o Humaitá, o que congestiona mais ainda”, diz Diogo. Quando volta da faculdade, por volta das 13 horas, ele passa pelo mesmo caos, pois coincide com a hora de saída das escolas.
O estudante do quinto período de jornalismo Igor Cavaco também é contra o fechamento do túnel. Ele mora no Flamengo e usava o acesso do Cosme Velho ao túnel quando vem de carro para PUC. De ônibus, ele vem por Botafogo, mas também volta pelo Rebouças. O caminho, que antes fazia em meia hora, agora dura longos 40 minutos, tanto para ir quanto para voltar. Às vezes demora mais. “Voltar às sete horas da noite é pior ainda, o trânsito ainda é muito grande. Vimos a importância do Rebouças quando ficamos sem ele. Para quê fechar um ponto de acesso? É muita falta de planejamento fazer isso”, diz.
As obras no Rebouças são conseqüência do desabamento de terra ocorrido na entrada do túnel há cerca de 15 dias quando, por causa da chuva, o campus ficou praticamente vazio e muitas aulas tiveram que ser suspensas.