“Ler jornal é como tomar banho. Se você acha que não vai dar tempo de ler, acorde meia hora mais cedo. É fundamental”, disse o jornalista Aydano André Motta em palestra na PUC - Rio, aconselhando os calouros de Comunicação Social sobre o que devem fazer para ter um bom estágio em jornalismo. Além disso, avisou aos alunos para que se preparem, que leiam, escrevam e se mantenham sempre informados para terem vaga no mercado.
Com 22 anos de carreira, Aydano já trabalhou no O Fluminense, de Niterói, no O Dia, no Jornal do Brasil e no O Globo. Hoje, é comentarista do canal SporTV e editor do blog do Ancelmo Gois. “Eu só não estou trabalhando quando estou dormindo. Quem faz jornalismo tem que se virar para ter conforto na vida”, disse.
Para ele, a única razão de entrar para essa profissão é gostar demais do que se faz, pois jornalistas trabalham muito e em horários e dias incomuns, diferentes de outros profissionais. Aydano contou que escolheu a profissão aos 15 anos e se apaixonou pelo jornalismo impresso. “Eu quero estar onde está a notícia. É a melhor vida possível”, disse o jornalista. Entretanto, afirma que os repórteres devem ter muito cuidado ao fazer as matérias, principalmente com a apuração e a decisão sobre o que publicar.
- O jornalismo precisa de cautela. A informação tem que ser tratada como pedra preciosa. Todo jornalista deve pensar bem no que deve ou não publicar. Ninguém conta o que não quer contar. Não podemos levar ninguém a risco nem a cultivar a intolerância – explicou. Por isso eu digo que a internet é um veículo velho, pois depende de experiência, de bom senso e de calma.
Aydano desconfia de notícias “certinhas” demais, que tenham apenas uma versão e cujos fatos se encaixem perfeitamente.
- A princípio, tudo o que nos contam é mentira. Tem que perguntar mais de uma vez, para a mesma pessoa, para pessoas diferentes, e reparar no jeito que a fonte fala, nos gestos que ela faz. Eu sou completamente a favor de espalhar a boa informação. Aliás, o jornalismo é muito parecido com a religião. A gente tem uma fé e acredita numa boa formação de opinião. Essa é a nossa vaidade – disse o jornalista.
A pior coisa na vida é ser manipulado. Preferia que me batessem, ia doer menos. Por fim, o jornalista exaltou a importância do conhecimento da língua portuguesa dando um aviso aos alunos: “Errou português, está morto”. E, em seguida, deu o conselho para que futuros jornalistas não cometam esse deslize: “Querem treinar? Façam um blog. Escrevam todos os dias. Todos os dias vocês têm algo diferente para contar”, aconselhou.
Um debate sobre o futuro profissional
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