Estética: encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo *
Quem veio?
Maria Adelaide Amaral, autora, portuguesa, e Alcides Nogueira, autor, paulista.
Por que vieram?
Participar do seminário “Estética: encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”. Baseados nos trabalhos “Um só coração” e “JK”, Alcides e Maria Adelaide falaram das dificuldades e dos desafios de se fazer uma minissérie histórica. Falaram também da liberdade de criação dentro de um contexto histórico e da interação de realidade e ficção dentro de um roteiro.
Onde foi?
Na PUC-Rio, 13 de março de 2007.
Melhores momentos
(M) “Cinema é arte do diretor. Na televisão, a teledramaturgia é arte do autor. Isso tem uma grande diferença. A função do diretor é importantíssima, mas a obra pertence ao autor.”
(M) “Cultura é repertório. E o repertório é fundamental para quem escreve. Quem sabe mais é melhor.”
(A) “O que você observa da vida e qualquer coisa que você consegue extrair dela, é esse material que a gente manipula e que nos conduz à criação artística. Criar em escritório não resolve nada.”
(M) “Pelo amor de Deus, leiam! Leiam ficção de primeira qualidade, mas não se esqueçam de ler também livros sobre história, de ver “Roma”, por exemplo, aquela minissérie inglesa extraordinária. Leiam tudo, vocês que têm interesse em escrever para TV, leiam, pelo amor de Deus! Porque é aí que vocês vão se formar. Eu aprendi a escrever lendo, indo ao cinema e ao teatro. Então, quando me perguntam ‘o que você acha que eu tenho que fazer para escrever e me tornar um autor, um roteirista ou um romancista? ’, o conselho que eu dou é o seguinte: leiam! Mas leiam muito, leiam como danados, e vejam filmes de boa qualidade. Isto vai alimentá-los, nutri-los. E vivam também, não se esqueçam. Que vocês se entreguem aos amores e às transgressões!
(M) “Chequem tudo, vão atrás, sigam o faro de vocês, desconfiem deinformações.”
(A) “Numa minissérie histórica você não lida com a estampa oficial da figura, você lida com o lado humano do personagem, e isso só nossas fontes e colaboradores poderiam nos fornecer, não os livros.”
(M) “Você não precisa contar a história exatamente como foi, até porque isso não é tarefa nossa. A realidade, os fatos, isso é tarefa do historiador. A nossa missão é outra, é transmitir essa história ‘mais ou menos’ como ela foi para o público, para emocionar. O nosso objetivo é emocionar, é interessar o público nos aspectos mais afetivos da história.”
(M) “O público só vai se interessar pela Semana de Arte Moderna se, durante o evento, ele vir a mocinha procurando desesperadamente o mocinho.”
(M) “Isso que nós fazemos é fascinante porque nós contamos uma história com agá minúsculo, tendo como pano de fundo a história com agá maiúsculo.”
(A) “Um Só Coração é uma minissérie que foi feita para homenagear a cidade de São Paulo nos seus 450 anos e foi a primeira vez em que se contou a história da cidade pelo ponto de vista cultural e político do que aquela veha história de São Paulo, a locomotiva que não pode parar.”
* Acompanhe a seqüência do seminário “Estética – encontro entre TV e cinema nas minisséries da TV Globo”:
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