Em outubro, os governos europeus decidiram, em poucas horas, elaborar um plano de combate à crise econômica, quando concederam empréstimos a empresas e compraram bens e créditos no valor de 1,7 trilhão de euros (4,6 trilhões de reais). Elmar Altvater, professor da Universidade Freie, de Berlim, e Igor de Souza, do Instituto Universitário Europeu (IUE), debateram os rumos da instabilidade financeira mundial. Eles visitaram a PUC-Rio durante o "Seminário Internacional União Européia e Mercosul: cooperação inter-regional”, promovido pelo Instituto de Relações Internacionais e pelo IUE, no auditório AMEX.
– O governo deve dar o dinheiro necessário para evitar uma quebra ainda maior do sistema financeiro. Entretanto, é vergonhoso que só as perdas sejam socializadas – avalia Altvater, que acredita num aumento dos impostos europeus.
O professor relembra o keynesianismo, teoria que defende a intervenção estatal na economia, por meio de medidas políticas fiscais e monetárias, para reduzir os efeitos de crises.
Segundo Altvater, o desequilíbrio não é especulação, mas uma realidade. Ele afeta os empregos, o orçamento estatal, o comércio e os sistemas de produção. A crise econômica atinge todo o mundo, não é restrita à pequena parte que detém as principais empresas.
Igor de Souza, por sua vez, acredita que o futuro da crise depende de como os Estados Nacionais irão descapitalizar as ações compradas, se essa medida for realmente adotada.
– Caso isso não ocorra, o Estado ficará ainda mais forte do que já é em alguns lugares – prevê Igor. Para ele, esta injeção monetária foi uma decisão emergencial. Diversos países fizeram o mesmo que a Europa, contrariando o sentido “normal”, que seria seguir as decisões norte-americanas.
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