O governo estadual firmou uma parceria com a PUC-Rio para viabilizar o acesso à internet em banda larga a todos os órgãos públicos dos 92 municípios do estado. A proposta é aumentar a capacidade da internet do território a partir de uma Parceria Público-Privada (PPP), pioneira no país. O Centro de Estudo de Telecomunicações da PUC-Rio (Cetuc) ficou responsável pela consultoria da parte técnica do projeto e o IAG, a Escola de Negócios da PUC, pelo estudo financeiro. O grupo trabalhou durante um ano, e há um mês entregou o anteprojeto.
– É um empreendimento gigantesco, envolvendo um orçamento muito vultoso, por isso é necessário o anteprojeto, um estudo de como poderá ser feito. Esse foi o papel da PUC, de oferecer uma consultoria. Terminamos essa tarefa e, agora, a Casa Civil está levando os resultados às outras secretarias do estado – contou o diretor do Cetuc, professor Flavio Hasselmann.
A parceria foi anunciada no seminário “Cidades Inteligentes”, realizado semana passada no Hotel Marriott, em Copacabana, para debater soluções que tornem o Rio uma cidade mais dinâmica e interligada. Segundo o secretário Especial de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio, Franklin Dias Coelho, o maior desafio é fazer com que o cidadão usufrua dos benefícios das novas tecnologias, para que se preserve o direito universal à informação, à comunicação e ao conhecimento.
A iniciativa se soma a outras parcerias da Prefeitura com startups (empresas inovadoras) e aplicativos que permitem ao carioca participar mais da gestão da cidade. Os apps Procon Carioca, em defesa do consumidor, e 1746, para solicitação de serviços em tempo real, são exemplos dessa nova interatividade, e o Portal Carioca Digital, em que é possível acessar todos os serviços on-line oferecidos pela Prefeitura, fora o portal oficial da Prefeitura, em que são encontrados dados públicos sobre o governo municipal.
Com a participação popular, esperam-se inovações e melhoria nos serviços da cidade. Segundo Belchior, a Prefeitura do Rio compreendeu a mensagem dos cariocas nas manifestações de junho:
– O recado dos moradores do Rio aos governantes foi “Queremos participar mais da gestão da cidade”. Dessa forma, a tecnologia funcionaria como porta de entrada para o cidadão opinar. Seria não apenas a democracia, mas uma “polidigitocracia”, uma participação democrática digital para todos.
O secretário também destacou ações como o Pensa, grupo de jovens que, com o apoio da tecnologia, levanta dados e busca soluções para problemas como mobilidade urbana, dengue, alagamentos e iluminação da cidade. Inspirada na Geek Squad da prefeitura de Nova York, a esquadra nerd carioca usa informações do Twitter, da Guarda Municipal, da CET-Rio, das secretarias, do IPTU e da Central de Atendimento da Prefeitura (1746). Outra parceria é com o aplicativo de monitoramento de tráfego Waze. A partir dessa união, levantamentos são feitos para que operações sejam montadas nos pontos críticos da cidade.
– Achamos o trânsito no Rio ruim, mas sem isso poderia estar bem pior – afirmou o secretário de Conservação, Marcus Belchior.
O trabalho tem como quartel-general o Centro de Operações do Rio, que integra 30 órgãos que monitoram, 24 horas por dia, o cotidiano da cidade. O COR, que é uma subsecretaria da Secretaria de Conservação, previne e remedia momentos de crise, como fortes chuvas, acidentes de trânsito e deslizamentos.
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