A vontade de enviar uma mensagem diferente para um amigo distante levou a aluna de publicidade da PUC-Rio, Manuela Pinaud, a produzir o vídeo Para meu amigo, ganhador do concurso Curta Criativo, na categoria celular. A premiação, com o intuito de revelar talentos universitários, foi organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). A proposta de mostrar o Rio de Janeiro, por meio de um celular, contou com mais de 40 filmes inscritos. Além de Manuela, o curta-metragem teve a participação de Marina Pompeu e Glauco Guigon, estudantes do 9º período de cinema da UFF.

- A idéia partiu da Marina, por causa de um amigo nosso que foi morar em Portugal. Queríamos fazer uma carta filmada falando do Rio e de nossos momentos juntos e quando descobrimos o concurso adaptamos a filmagem ao celular - contou Manuela.

As maiores dificuldades enfrentadas por Manuela foram entender o telefone móvel como uma câmera de cinema e aprender a lidar com a parte técnica. Em contrapartida, a mobilidade do celular deu mais praticidade ao processo. “O único problema é a qualidade baixa das imagens, mas para reverter esse quadro decidimos fazer um mosaico de imagens. Como seria uma carta filmada, foi mais simples fazer com o celular”.

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil atingiu em julho a marca de 135 milhões de celulares ativos. São quase 70 aparelhos para cada 100 habitantes. O professor de publicidade da PUC, Carlos Negreiros, acredita que essa forma de comunicação está se propagando e o mercado publicitário está tendo que se adaptar. “Não digo que o celular seja uma tendência, mas uma imitação. Houve uma adequação criada pela geração dos 13 aos 20 anos, e os interesses maiores do mercado estão adaptando isso”, afirmou Negreiros, que foi professor de Manuela na disciplina Direção de Arte.

O concurso promovido pela Firjan serviu de incentivo a Manuela, que agora tem planos de cursar Cinema. O prêmio de R$ 10 mil foi dividido entre os três amigos que participaram da produção que durou quatro semanas. “Concursos incentivam muito os universitários, principalmente o jovem que tem algo a dizer. Eles funcionam como um ‘soprão’ no ouvido dizendo que tem alguma coisa no caminho certo”, disse a diretora e co-roteirista do curta, Manuela. Para o professor Negreiros, a transição do e-mail tradicional para o formato audiovisual demonstra uma “nova forma genial de se fazer comunicação, uma brilhante idéia que pode dar certo”.