O livro Perfil do jornalista brasileiro, que será lançado nesta quarta-feira, 26, às 19h30, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, reúne dados de pesquisa sobre características demográficas e políticas da profissão. Durante o lançamento será realizado debate entre o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, e o coordenador do Curso de Comunicação Social da PUC-Rio, professor Leonel Aguiar, que ressalta a importância de que as entidades se reúnam para conhecer melhor o perfil do jornalista contemporâneo.
O levantamento foi realizado pelo Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho (TMT), do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina, entre setembro e novembro de 2012, e contou com a participação voluntária de 2.731 profissionais da área. Para o professor Leonel Aguiar, um dos dados mais importantes apontados pela pesquisa é a mudança de perfil do jornalista brasileiro:
– Quando eu entrei, há trinta anos, a categoria era composta majoritariamente por homens com cerca de 40 anos. Hoje em dia, os profissionais da área são mulheres por volta dos 20 anos.
Ainda de acordo com a pesquisa, a mudança de perfil foi acompanhada por uma diminuição salarial. Fato que, para o professor, deve alertar os sindicatos:
– As entidades sindicais devem estar atentas a essa situação para evitar que ocorra uma diminuição dos salários por uma questão de preconceito com a mulher, que é a figura dominante no mercado jornalístico atual. Qualquer preconceito sexista deve ser combatido.
Outro ponto que chamou a atenção do professor foi o nível de formação dos jornalistas brasileiros em relação aos profissionais estrangeiros. No Brasil, os jornalistas têm formação acadêmica superior a dos profissionais estrangeiros da categoria. Segundo a pesquisa, 98% têm formação superior, e 40% contam com pós-graduação.
Aguiar também comenta a questão política: de acordo com o levantamento, pelo menos metade dos jornalistas que participaram se consideram de esquerda – ainda que nove de cada dez entrevistados não sejam filiados a partidos. Ele atribui essa falta de vínculos partidários à profissão, que impede que o jornalista seja explicitamente ligado a determinadas legendas.
A criação do Conselho Federal dos Jornalistas estará em pauta. O levantamento mostra que três em cada quatro profissionais entrevistados são favoráveis à criação do órgão, que atuaria na questão da demanda da sociedade em relação à atuação dos jornalistas.
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