Um dos maiores cartões-postais do Rio de Janeiro completa dois séculos cercado de festa e planos. O Jardim Botânico festejou os 200 anos de fundação no dia 13 de junho com uma cerimônia celebrada pelo vice-reitor comunitário da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira. Até o segundo semestre, este oásis urbano vai inaugurar um museu dedicado às questões ambientais.
Inaugurado por D.João VI em 1808, o parque cresceu e se emancipou. Transformou-se num dos principais pontos turísticos da cidade. Recebe, por ano, 600 mil visitantes em busca da exuberância e do sossego característicos do refúgio em plena Zona Sul carioca .
Com área superior a 137 hectares, 55 disponíveis a visitação - o equivalente a 50 campos de futebol -, o Jardim Botânico reúne 8 mil espécies de flora. Patrimônio é protegido por dezenas de funcionários comandados por Liszt Vieira, titular do Departamento de Direito da PUC-Rio. O professor acumula, com orgulho, a presidência do parque:
- Fico muito honrado de presidir uma instituição que tem história ininterrupta de serviços prestados à população. É um espaço de pesquisa na área de botânica, que contribui para a política nacional de conservação da biodiversidade.
Para comemorar o bicentenário, a direção do parque programa algumas novidades. A principal delas é a abertura do Museu do Meio Ambiente, até o segundo semestre deste ano. O espaço vai abrigar exposições sobre a relação do homem com a natureza e debates sobre questões ambientais no Brasil e no mundo.
A proteção da biodiversidade assume desdobrametos igualmente importantes, ressalta o diretor da prefeitura do Jardim Botânico, Guido Gelli. Ele observa que, além de zelar pelos milhares de plantas e animais, é preciso preservar as raras peças de arte que fazem parte da paisagem:
- Por ter duzentos anos, o parque guarda um acervo cultural e arqueológico de alto valor. Cuidar desse patrimônio é o grande desafio. Temos belíssimas obras de arte no arboreto, que pretendemos recuperar e restaurar com a presença do público.
No dia em que completou duzentos anos, o Jardim Botânico acolheu uma celebração em homenagem aos servidores do parque. Ao fim da cerimônia, alguns dos mais antigos funcionários foram escolhidos para receber uma placa comemorativa. Como Marli Pires, que se emocionou com o reconhecimento:
- Trabalhar num lugar mágico como o Jardim Botânico representa uma parcela muito importante da minha vida. Hoje é um dia muito feliz. Até porque é difícil encontrar no país uma instituição científica tão antiga, que há duzentos anos cumpre sua função de pesquisar e proteger a flora.
Depois de celebrar a cerimônia, que contou com o coral da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira destacou a representatividade do Jardim Botânico, uma “instituição abençoada”:
- A história que foi construída aqui é longa e próspera. O parque reúne valores científicos, religiosos e culturais, que se integram aqui dentro. Em todos esses aspectos, o Jardim Botânico será sempre um referencial.
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