Do global para o local. Depois de discutir os efeitos dos problemas ambientais em escala planetária, o II Seminário de Mudanças Climáticas foi encerrado com uma discussão sobre os avanços necessários à proteção ecológica no estado do Rio de Janeiro e sobre o papel da universidade no combate à poluição e ao desperdício. Oitenta espectadores, entre alunos, professores e visitantes, acompanharam o debate de especialistas ambientais no segundo encontro do seminário, em abril, na PUC-Rio.
Professor do Departamento de Geografia da UFRJ, Paulo Gusmão apontou as enchentes e os alagamentos, a eliminação da cobertura vegetal e a formação de ondas de calor como os principais problemas ambientais da cidade do Rio. Segundo o especialista, é preciso “um esforço de cooperação e coordenação entre vários níveis do governo” para combater os defeitos estruturais da cidade. Apesar das dificuldades, Gusmão se mantém otimista - até em relação a deficiências crônicas, como a despoluição da Baía de Guanabara, cuja solução se perpetua em palanques de sucessivos governos:
- Quando morrer a esperança, eu pretendo ter morrido antes. Não devemos ficar desencantados com insucessos. Pelo contrário, é preciso aprender com eles. Não há uma fórmula mágica: é necessário que a sociedade se organize e se manifeste.
A professora Suzana Kahn explicou o trabalho à frente da Superintendência de Clima e Mercado de Carbono, iniciativa da Secretaria do Ambiente para diminuir o impacto do aquecimento global no estado do Rio. De acordo com Kahn, a superintendência, criada há pouco mais de um ano, elabora uma plano para a redução de gases causadores do efeito estufa.
- Incentivamos o uso de energias renováveis. Mas o alto custo é um obstáculo. Dentre as prioridades, está a proteção das regiões costeiras, da Mata Atlântica e dos recursos hídricos - esclarece.
Para evitar o desperdício e ajudar na conscientização ecológica de alunos e funcionários, a PUC-Rio criou há nove anos o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente, que desenvolve projetos dentro e fora da faculdade. O núcleo se divide em quatro “Grupos de Trabalho” – Água e Energia, Materiais e Resíduos, Biodiversidade e Educação Ambiental – cada um deles dirigido por professores de departamentos diferentes, que contam com a ajuda de alunos de vários cursos. Vice-reitor da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira foi um dos fundadores do Nima. Ele esclareceu a importância deste tipo de programa:
- Nós temos de buscar um equilíbrio de racionalidade. É preciso atacar os pequenos problemas. Por isso, a reitoria busca apoiar todas essas iniciativas do NIMA.
A apresentação feita pelos professores integrantes do Nima encerrou o II Seminário de Mudanças Climáticas. Mas para o vice-diretor do núcleo, Fernando Walcacer, o trabalho está longe de terminar:
- Precisamos do apoio de toda a comunidade universitária para que o projeto tenha sucesso. O Nima é condutor das discussões ambientais dentro da faculdade.
Uma das próximas iniciativas do Nima é a XIV Semana de Meio Ambiente, marcada para os dias 3 a 6 de junho. Os Grupos de Trabalho organizam reuniões abertas todas as quintas-feiras, às 13:30h, na sede do núcleo, que fica perto da Associação dos Funcionários da PUC-Rio, na Vila dos Diretórios.
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