Termina nesta quarta-feira, dia 9 de maio, o prazo para tirar o título de eleitor e regularizar documentação junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A retirada do primeiro título exige documento de identidade original, comprovante de residência e certificado de alistamento militar, para jovens a partir de 18 anos.
Nesta terça-feira, cerca de 400 eleitores foram atendidos no posto do TRE da Rua Jardim Botânico, o dobro da véspera. Neste último dia, são esperadas 900 pessoas, a maioria moradores da Rocinha (80%) e jovens tirando o primeiro título.
O estudante de Ensino Médio Tiago Alves, de 17 anos, só procurou o posto por obrigação legal, por estar prestes a completar 18 anos. Ele não sabe os candidatos ou mesmo os cargos que serão disputados nas próximas eleições.
– Não me interesso por política – afirmou, lacônico.
Arlindo Barbosa, de 18 anos, era outro da fila com discurso antipolítica:
– Eu não sei quais são os cargos, nem tenho candidato. Vou votar nulo. Só tem ladrão.
Já o estudante de pré-vestibular Isaac Alberto, de 19 anos, morador da Rocinha, demonstrou uma postura diferente:
– Sempre que posso acompanho notícias relacionadas à política. Assisto à TV Senado de vez em quando. Já tenho meu candidato, mas converso com outras pessoas sobre o assunto – contou o ex-aluno do Colégio Pedro II.
Moradores do Vidigal, Eloiá Medeiros, de 16 anos, e Gabriel Dias, de 17, fizeram coro ao dizer que os políticos só se lembram das comunidades às vésperas das eleições.
– Nessa época sempre tem distribuição de cestas básicas, projetos sociais. Eles fazem para ganhar votos.
A obrigatoriedade é uma das queixas de quem não se sente confortável para falar do assunto ou ter uma opinão formada a respeito, caso de Lucas Rampello, de 17 anos.
– Eu acho que não deveria ser obrigatório, porque aí quem não sabe em quem votar pode acabar favorecendo alguém. Só vou votar porque sou obrigado.