Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 2024


Cultura

Rio de Janeiro em foco na indústria cinematográfica

Larissa Moggi* - Da sala de aula

31/07/2012

 Larissa Moggi

Segunda maior metrópole brasileira, onde está a maior rota de turismo internacional do país, e um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do Brasil. Assim é a cidade do Rio de Janeiro. Em pauta em diversos setores internacionais relacionados ao esporte, música e religião, a cidade está cada vez mais visível e interessante ao olhar estrangeiro. É o que tem acontecido com a indústria cinematográfica. Ao trazer nomes como Tom Cruise, Hugh Jackman e Vin Diesel para lançar as superproduções de Hollywood, as grandes distribuidoras de filmes mostram que a cidade está em foco mercado do cinema.

Em 2013 a cidade será sede da Jornada Mundial da Juventude – maior evento católico do mundo –, em 2014, destaque para a Copa do Mundo e, em 2016, o Rio será a grande arena das Olimpíadas. Enquanto o estado se prepara para receber eventos de grande porte, o Rio de Janeiro chama a atenção do mundo, tornando-se um dos principais destinos de investimentos também do setor cinematográfico. A cidade tem recebido com mais frequência a presença de ilustres atores estrangeiros, em uma prática que tem se tornado cada vez mais comum: realizar estreias internacionais na cidade.

O Rio já foi sede da última premiere de Harry Potter no Brasil, que contou com a presença do ator Tom Felton (personagem Draco Malfoy no filme), lançado no Morro da Urca, onde também foi realizada a primeira premiere de Rio, filme em 3D animado por computadores norte-americanos e dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha. Encontro explosivo, de 2010, Os filhos do papai e Velozes e furiosos, de 2011, são outros exemplos de filmes produzidos nos Estados Unidos que foram lançados no Rio e que trouxeram para a cidade a presença dos protagonistas, como Tom Cruise, Cameron Diaz, Jim Carrey, Jordana Brewster, Vin Diesel, Paul Walker e Dwayne Johnson.

De acordo com o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, a vinda de grandes atores para as estreias na cidade contribui para fortificar uma imagem positiva do estado em cenário internacional. “Isso mostra que o Rio é uma das principais cidades do mundo hoje em dia”, diz o presidente. Além disso, Sá Leitão ainda ressalta que a tendência da cidade é atrair cada vez mais investimentos nesse setor: “O Rio de Janeiro está se firmando como o principal centro audiovisual da América Latina. Não apenas como mercado consumidor, mas, sobretudo, como polo de produção e difusão”.

Ainda de acordo com Sá Leitão, o Rio de Janeiro em foco na indústria cinematográfica traz lucros em diversos campos. “As estreias movimentam setores de hotelaria, produção de eventos e representam a injeção de dezenas de milhares de dólares na economia da cidade. Também contribuem para a promoção do Rio como destino turístico”, explica.

É o que também ressalta o professor de Comunicação Social da PUC-Rio, Daniel Mesquita: “Com tais lançamentos internacionais, projeta-se uma imagem favorável da cidade, o que pode vir a funcionar como atrativo para a possibilidade de outros investimentos”.

Para o professor, essa valorização da cidade pode ir além, valorizando, de certa forma, o Brasil como um todo. “Em diferentes momentos históricos, o Rio de Janeiro tem sido considerado como um microcosmo do próprio país, e a diversidade de culturas que confluíram para a cidade ajudou na construção dessa imagem. Por isso, muitas vezes, falar do Rio é falar do Brasil em sua diversidade e multiplicidade. Nesse sentido, a valorização do estado pode ‘contaminar’ positivamente o resto do país”, diz.

Para a estudante do 6º período do curso de cinema da PUC-Rio Jéssica Weiss, além de todo o suporte cinematográfico da cidade, outro fator que contribui para os lançamentos das obras estrangeiras no Rio é o crescimento do público brasileiro como espectador. “Dessa forma, as premieres internacionais acontecem aqui para atingir o grande público e para chamar a atenção para o filme, através da presença dos atores nesses eventos”, ressalta a estudante.

Estudos da Agência Nacional de Cinema (Ancine) revelam que 109.136.763 espectadores assistiram a obras de outros países exibidas nos cinemas brasileiros em 2010. O número é superior ao público dos filmes brasileiros, que teve total de 22.055.249 espectadores no último ano. Dados como esses são um dos fatores que impulsionam o interesse das distribuidoras em lançar filmes estrangeiros no país.

* Reportagem produzida para a disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso, da professora Carla Rodrigues.