Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2025


Cidade

Rotinas invejadas, outras nem tanto, nesse calor prolongado

Patrícia Côrtes - Do Portal

14/03/2012

 Arte: Jefferson Barcellos

Este verão tem sido de extremos: muita chuva no início, estiagem na reta final. O calor prolongado ― que irá predominar até o início do outono, com máximas acima dos 30 graus ― torna invejadas rotinas como o das estudantes Joana Castro e Ana Carolina Dittz, estagiárias das ilhas de edição do Departamento de Comunicação. Sob temperaturas abaixo dos 20 graus, elas não raramente recorrem a casacos reforçados. "Mesmo com roupas mais pesadas, é melhor o frio da ilha do que o calor lá de fora. Calor irrita e dá agonia", diz Joana.

Para não ficar "agoniada", a chef Vânia Marangone adota dois ingredientes contra o calor imposto por  fornos que vão de 150 graus a 200 graus centígrados: beber muita água e "amar muito o que faz". No restaurante Gourmet do Campus, também na PUC-Rio, ela divide a pequena cozinha ― e as altas temperaturas ― com mais cinco funcionários:

― É muito quente, temos um exaustor que, além de tirar a fumaça, tira o calor. Mas, perto de um fogão, não tem como não ser quente. O segredo é tomar muita água e amar o que se faz. É uma coisa prazerosa: você vê as pessoas se alimentando bem. Isso ajuda a suportar o calor, especialmente no verão.

A turma do frio também precisa tomar certos cuidados. Apesar de garantir preciosos momentos de refresco nessa época, o ar-condicionado não é só alegria. O entra-e-sai sistemático entre lugares frios e quentes pode provocar alergias e resfriados, como aconteceu com Ana Carolina:

― Tenho sempre alergia e já fui até parar no hospital por causa disso ― conta ela, que, mesmo assim, não abre mão do ar-condicionado.

 O dermatologista David Azulay, diretor da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, confirma:

― As pessoas tendem a desenvolver sinusites, por exemplo, mas não há muito o que fazer para evitar.

A exposição ao sol carrega risco ainda maiores. Para a prevenção de problemas que vão de manchas e queimaduras até câncer de pele, Azulay lembra a importância de incorporar o protetor solar e o chapéu à rotina, inclusive em estações mais amenas:

― O protetor solar não deve ser entendido como um passaporte para tomar muito sol e sim, como uma proteção a mais ― ressalva o médico.

As recomendação assumem especial utilidade nesta temporada sem trégua do sol. Segundo a meteorologista Camila Ramos, do Climatempo, a estiagem prolongada é resultado de um fenômeno chamado Bloqueio Atmosférico:

― Temos uma circulação de ventos nas partes mais altas da atmosfera. Isso dificulta a chegada de frente fria, fazendo com que a umidade fique concentrada na região Centro-Oeste ― explica.

O calorão não é uma boa notícia para quem não pode realizar suas tarefas em lugares refrigerados. Beber muita água e usar roupas leves é o melhor que se pode fazer numa situação dessas.

Ainda de acordo com a meteorologista, o calorão seguirá até abril. Só algumas pancadas de chuvas interromperão o tempo firme.