O comercial de um condomínio na Paraíba que virou fenômeno nacional – aquele em que o colunista social Gerardo Rabello apresenta sua família, ressalvando “menos Luíza, que está no Canadá” (assista) – chamou atenção para um dos maiores destinos de intercâmbio escolhidos por brasileiros. O país da América do Norte é o segundo mais procurado por estudantes que desejam fazer intercâmbio pela PUC-Rio, atrás dos Estados Unidos e na frente da Nova Zelândia. As universidades canadenses, em parceria com a PUC, criam programas de intercâmbio de curta ou longa duração, de acordo com a preferência do aluno. Já para os intercâmbios de maior duração, nos quais os estudantes cursam nas insituições externas disciplinas equivalentes, Índia e Polônia reforçam, desde o ano passado, o conjunto de opções.
Os programas de curta duração para o Canadá incluem curso e acomodação ao custo de 2.575 dólares canadenses (R$ 4.463,25), se estendem a toda a comunidade PUC – alunos, ex-alunos, funcionários e alunos indicados – e duram de duas a quatro semanas, sendo de língua ou preparação para o Toefl (Test Of English as a Foreign Language), exame que avalia o nível de inglês. Já os programas para intercâmbio acadêmico (em que o aluno faz, no exterior, um ou mais períodos do curso em que está inscrito no Brasil) são restritos a alunos da PUC que não estejam no 1º, 2º nem no último período da faculdade. Duram de seis meses a um ano, podendo chegar a dois, quando houver dupla diplomação. No intercâmbio de longa duração, alimentação, moradia e passagem são por conta do aluno.
A exemplo de Luíza Rabello, que voltou do Canadá e virou celebridade, o estudante Peter Brasil, de 22 anos, também fez o intercâmbio canadense. O país é atrativo por conta dos menores custos e menor burocracia do que os Estados Unidos, principal destino dos brasileiros que querem aprender inglês.
O estudante de Ciência da Computação escolheu o intercâmbio de curta duração da PUC em parceria com a Universidade de Victoria. Ao todo, passou seis semanas no Canadá – quatro incluídas no programa e mais duas por conta própria. A ideia de fazer um intercâmbio já era antiga:
– Escolhi o Canadá porque achei o programa da Universidade de Victoria mais diversificado do que o das universidades nos Estados Unidos. Acho que praticar é a melhor forma de fixar tudo o que você aprende. A adaptação foi instantânea. Os alunos e cultural assistants – que, em sua maioria, são ex-alunos da universidade – se integraram muito bem logo no primeiro dia. São todos muito atenciosos e prestativos, e sempre mostram muita paciência – explica o estudante.
O trâmite para a viagem ao Canadá é bem mais simples que para os Estados Unidos. Quem estiver interessado em fazer intercâmbio, porém, não deve deixar para providenciar a documentação em cima da hora, pois pode acabar atrasando o processo. Peter ressalva que também é preciso prestar atenção no trajeto do voo, pois se houver escala nos Estados Unidos o visto americano é exigido:
– Muitas pessoas não atentam a esse detalhe – alerta.
O estudante de Publicidade Eduardo Quintes, de 22 anos, conta que fazer um intercâmbio sempre foi uma meta em sua vida, mas que, por conta da faculdade e dos estágios, não tinha tempo.
– Este ano eu decidi focar nisso e me dei férias. Escolhi o Canadá, na realidade, porque não sabia se daria tempo de tirar o visto americano. Além disso, o Canadá é muito menos burocrático que os Estados Unidos – conta Eduardo, que fez o intercâmbio pela agência Bex Intercâmbio.
Para ele, a ansiedade começou uma semana antes de embarcar:
– Foi um momento de muita expectativa, estava prestes a realizar uma meta que eu havia traçado durante anos. O receio de ficar longe da família, da namorada e dos amigos também mexeu comigo.
Eduardo, que ainda está viajando, conta que a experiência está sendo única, “por mais que possa parecer clichê”.
– Não há outra forma de definir. Nunca achei que conheceria pessoas de tantos lugares do mundo. O Canadá é um país multicultural e a sensação é de que você pode viver cada hora em um país. A cidade é muito bonita e organizada, e as pessoas são bem amigáveis. O índice de criminalidade é muito baixo e a qualidade de vida é incrível, pois é um dos grandes centros mundiais com jeito de interior.
O Canadá também foi a escolha da estudante de Jornalismo Laetizia Giudicelli, de 22 anos, que vai fazer o intercâmbio de longa duração em julho próximo. Laetizia, franco-brasileira nascida em Córsega, ilha do sul da França, morou na Guiana Francesa até os 15 anos e se mudou para o Rio de Janeiro. Com família no Brasil e fora dele, sempre viajou muito. Escolheu cursar a faculdade de jornalismo na PUC em vez de no exterior, e a ideia de fazer um intercâmbio "sempre esteve em mente”.
– Em julho do ano passado fui para Montreal visitar uma amiga que estuda lá, e adorei a cidade e as pessoas que conheci. Pude perceber uma coisa que eu sinto falta no Brasil: os alunos são muito ativos e todos participam de algum comitê. Quando decidi fazer o intercâmbio acadêmico, fiquei na dúvida entre Canadá e França, mas as opções de universidades para jornalismo na França eram em lugares que eu já conheço, como Grenoble. Além disso, eu me formei em uma escola francesa, então esse intercâmbio não seria para aperfeiçoar meu francês, e sim meu conhecimento em jornalismo. Então, escolhi o Canadá porque, além de ter uma faculdade de excelência (Universidade de Montreal), vou poder praticar o inglês e explorar o multiculturalismo que a cidade tem a oferecer.
Também da PUC, a estudante de Administração Luísa Monte, de 22 anos, passou seis meses no Canadá, pela agência World Study, e conta que “a ansiedade estava a mil”. A experiência serviu para mudar o seu projeto de vida:
– O que eu sabia de inglês era o básico, então ficava pensando se conseguiria me comunicar. Felizmente, não tive nenhum problema em relação a isso e nem à documentação. A viagem serviu para eu aprender a respeitar mais as pessoas e as outras culturas. Meu projeto de vida antes do Canadá era me realizar pessoal e profissionalmente. Agora, além disso, quero conhecer a maior quantidade de países que puder – conta.
Entre as dicas de Peter, Eduardo, Laetizia e Luísa para quem pretende fazer um intercâmbio para o Canadá estão: levar a menor quantidade de roupas possível, pois é mais vantajoso comprar lá; pesquisar sobre a faculdade na qual vai estudar; conseguir com antecedência os documentos exigidos para não ter nenhuma surpresa; estar preparado para o frio, se for no inverno; levar identidade e carteira de motorista (os estabelecimentos costumam pedir dois documentos de identificação e é bom evitar andar com o passaporte); tomar cuidado com os horários dos ônibus, que costumam passar cedo; respeitar as regras do país (eles prezam o respeito ao próximo e, por isso, a polícia é rigorosa); aceitar o espaço do outro (“Não abrace uma coreana ou discuta sobre religião com um árabe; pode ser considerado ofensivo”, avisa Eduardo); abrir a mente para assimilar tudo de novo que aprender.
Este semestre, os formulários para o intercâmbio acadêmico devem ser entregues até o dia 14 de maio e as inscrições para o intercâmbio de curta duração que começam em março vão até o dia 5 de maio. A taxa de inscrição para o intercâmbio de curta duração é de R$150 e o acadêmico é R$ 250.
Requisitos para se candidatar aos programas de Intercâmbio Acadêmico e Dupla-Diplomação:
- Alunos de graduação devem estar entre o terceiro e penúltimo períodos
- CR acumulado igual a 7,0
- CR acumulado igual à média do curso
- No caso de países de língua inglesa, apresentar certificado do exame Toefl com pontuação mínima de 213 (Computer-Based Testing – CBT) ou 80 (Internet – Based Testing – iBT); para outros países deve-se apresentar declaração em documento oficial do curso de línguas
Documentação necessária:
- Formulário de inscrição do CCCI
- Requerimento do CCCI
- Cópia da identidade e CPF do aluno e do responsável
- Cópias do Histórico da PUC-Rio e Histórico do Ensino Médio
- Duas Cartas de Recomendação de professores ou pesquisadores do departamento. Ambas devem ser escritas em português e inglês, exceto para alunos com destino para países de língua portuguesa e/ou espanhola
- Cópias dos comprovantes de atividades acadêmicas e proficiência na língua do país destino
- Carta de apresentação
- Curriculum Vitae
- Foto 3x4 recente
- Comprovante de pagamento da taxa inicial de R$250
Nesses dois tipos de intercâmbio existe oportunidade de bolsas próprias para bolsistas da PUC. Os critérios de inscrição e documentação do programa de intercâmbio de curta-duração variam.
É obrigatória a contratação de um seguro de saúde internacional. Além disso, as universidades conveniadas contam com o International Office (Centro de apoio ao aluno internacional) que presta assistência em casos de emergência.
Mais informações no site www.puc-rio.br/ccci.