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Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2024


País

Alunas da PUC representam país em encontro sobre impunidade

Monalisa Marques - Do Portal

16/08/2011

Monalisa Marques

As alunas de Comunicação Social Monique Vasconcelos e Cecília Himmelseher representarão a PUC-Rio e o Brasil na conferência Políticas Públicas para Combater a Impunidade, iniciativa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), a ser realizada nos dias 25 e 26 de agosto, no México. As duas vão apresentar, na Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, o resultado de quatro meses de pesquisa: a monografia Contribuições para a formulação das políticas públicas de combate à impunidade dos crimes contra jornalistas: estudo de caso no Estado do Rio de Janeiro/Brasil.

Este será um dos 24 trabalhos a serem apresentados na conferência, que vai resultar num documento que auxiliará os países na adoção de medidas para reduzir a impunidade e proteger os jornalistas. Os cinco melhores trabalhos também serão levados a Washington, nos Estados Unidos, em março de 2012. Entre as universidades brasileiras, a PUC-Rio foi a escolhida para representar o país após o seminário Falhas e Brechas na Justiça e Liberdade de Imprensa, organizado pelos professores Leonel Aguiar, coordenador do curso de jornalismo da PUC-Rio, e Chico Otávio, repórter especial do jornal O Globo, no ano passado. Na época, o diretor da SIP, Ricardo Trotti, se impressionou com o interesse da PUC pelo assunto e propôs uma parceria com a universidade.

 Monalisa Marques Com a coordenação dos professores, formou-se uma equipe composta pelos estudantes Rodrigo Motta, Fabiano Oliveira e João Gustavo dos Santos, além de Monique e Cecília, todos alunos de Comunicação Social. A monografia foi escrita em conjunto pelos integrantes da equipe.

– A pesquisa se baseia na ideia de que um crime contra um jornalista em exercício da profissão é também um crime contra os direitos humanos, já que fere a liberdade de imprensa e expressão – destaca Monique.

Uma das descobertas do grupo foi que Rio de Janeiro e Bahia são os estados com mais ocorrências. Além de apresentar as estatísticas num mapa, a monografia traz um panorama dos crimes contra jornalistas no país – como o caso da equipe do jornal O Dia descoberta e torturada por milicianos durante uma reportagem investigativa na Favela do Batan, há três anos, narrado em contundente e emocionante relato do fotojornalista Nilton Claudino na edição deste mês da revista Piauí.

Monique e Cecília foram escolhidas para representar o grupo na conferência por meio de votação dos colegas. E estão ansiosas:

– Eu nunca fui para fora do Brasil e nunca tinha feito curso de espanhol, e vou apresentar o trabalho em espanhol, em outro país, diante de autoridades – conta Monique, que está fazendo aulas particulares de castelhano para a viagem.

O professor Leonel Aguiar corrobora que crimes contra jornalistas configuram crimes contra a liberdade de expressão, embora discorde de alguns pontos de vista da SIP:

– A SIP considera a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista uma violação aos direitos humanos. Com isto eu não concordo. Comparar um assassinato à exigência do diploma é absurdo.