Uma porção de palavras "arretadas" e histórias que têm como cenário o Nordeste brasileiro, principalmente Bahia e Ceará, esse último compreendendo a região do Crato, local conhecido como o "oásis do sertão". Com esse enredo, o vice-reitor de Desenvolvimento da PUC-Rio, professor Sergio de Almeida Bruni, escreveu o livro Estribos de afetos e esporas de sonhos (Editora FGV, 156 páginas), lançado na quinta-feira, 4 de agosto, na Fundação Getulio Vargas, em Botafogo.
Em seu 12º livro, Bruni apresenta a história narrada pelo doutor Arlindo Augusto. Conhecido por suas qualidades como contador de prosas, esse médico continua a compartilhar o dom aprendido com seu falecido pai, sendo capaz de até mesmo superá-lo.
Sobre a inspiração que o levou a iniciar as pesquisas e a traçar os primeiros rascunhos de seu livro, o vice-reitor revela que foi a partir de sua experiência como viajante. Para dar início a sua aventura literária, Bruni buscou por livros que tratassem da região do Crato brasileiro.
– A ideia surgiu após umas andanças que eu tive lá no Nordeste. E um dos locais que eu ainda não conhecia era o Crato. A partir daí, comecei a entender um pouco mais a dinâmica do Crato, do Juazeiro do Norte, e comecei a delinear o livrinho, que escrevi por um ano.
O que logo chama a atenção no livro lançado, além do colorido da capa e das ilustrações, é o título: Estribos de afetos e esporas de sonhos. Segundo o autor, trata-se de um estilo adotado em todas as suas produções:
– Todos os livros que escrevo têm sempre uma vertente poética. A ideia do título vem daí.
Bruni conta que seu lado literário despertou há sete anos. A cada novo livro, procura se aventurar por novos estilos literários, "buscar novas maneiras de se manifestar". O autor inclusive já prepara um novo lançamento, aguardado para daqui a quatro meses:
– O novo livro chama-se Gritos grisalhos, e será em prosa poética. Ele nos fará pensar a nossa maneira de viver neste mundo.
Se a previsão se confirmar, será o terceiro livro de Bruni lançado apenas este ano. Ele conta que se dedica aos livros sempre que encontra brechas na agenda da vice-reitoria, durante o horário de almoço, à noite e nos fins de semana.
– É onde me divirto. Não vivo da literatura, mas sim com a literatura – confessou.