No dia 29 de maio foi comemorado o dia do geógrafo e, em homenagem a data, na sexta-feira dia 27 de maio um encontro reuniu profissionais da área no campus da PUC-Rio. Quatro deles – o professor Marcelo Motta de Freitas, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da universidade, o professor Sergio Pereira Nunes, da Universidade Federal Fluminense, o fiscal do Ibama Daniel Toffoli e a coordenadora de geografia do IBGE Maria Castello Branco, todos ex-alunos da PUC – contaram as suas experiências e refletiram sobre a profissão. A conclusão unânime foi a de que, no dia do geógrafo, o profissional tem o que comemorar.
Afinal, a área vive um bom momento no país. O professor Marcelo Motta de Freitas disse que o mercado está contratando, e a procura é grande também no plano governamental. Segundo o professor, a geografia está há muitos anos discutindo e elaborando conceitos de sustentabilidade. Agora, o capital privado se voltou para isso e, conseqüentemente, descobriu a geografia.
– Nas discussões envolvendo natureza e sociedade, ninguém pensa como integrar a valorização da floresta, o ganho econômico com a floresta de pé. Isso é uma preocupação integradora que só a geografia tem. Ela consegue ver relações espaciais que outros profissionais não vêem – disse Freitas.
O professor Sergio Pereira Nunes também ressaltou que a profissão vive um momento de valorização moral e mercadológica:
– Há épocas em que o vento está a favor. Outras, contra. Agora vivemos um momento propício a ser geógrafo. A preocupação ambiental trouxe a necessidade do profissional integrador, que pense territorialmente. Então, tratemos de ser bons geógrafos – afirmou.
O diretor do Departamento de Geografia da PUC-Rio, professor João Rua, reconheceu o bom momento da profissão, mas destacou a importância da boa formação e muito trabalho para que os novos profissionais conquistem o seu espaço no mercado.
– O futuro é sempre uma incerteza, porque esses movimentos são cíclicos. Não existe um mercado certo, cada profissional tem que buscar o seu espaço com qualificação e esforço – afirmou Rua.
O fiscal do Ibama Daniel Toffoli sempre trabalhou em órgãos públicos, na área ambiental. Assim como os outros profissionais e professores reunidos, se formou no curso da PUC. Ele identifica uma característica que se tornou extremamente importante em sua carreira: a formação ampla e diversificada que o curso de geografia oferece.
– É como se o aluno se formasse "em mundo". Quem estuda aqui tem mais facilidade de trabalhar interdisciplinarmente, pois já se forma assim – disse Toffoli.
Maria Castello Branco, coordenadora de geografia do IBGE, trabalha com uma área muito diferente de Toffoli. Enquanto o colega é especialista nos conflitos relacionados à sociedade e o território, Maria sempre utilizou dados e estatísticas de escala nacional. Mas, assim como os outros, Maria também é grata à PUC pela sua trajetória profissional.
– Cada universidade traz uma linha de pensamento. E a geografia é formada a partir das novas visões de mundo. A herança que a PUC me deu foi muito importante, de modo que eu sempre volto ao que aprendi aqui. Ela constituiu a nossa identidade, o nosso olhar de geógrafo – disse.
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