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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Esporte

Estudantes contam como participaram da festa tricolor

Igor de Carvalho - Do Portal

07/12/2010

Mauro Pimentel

O domingo passado ficará na memória dos tricolores. Desde cedo, inúmeros saíram de verde, branco e grená, bandeira na mão, para cantar o título brasileiro 26 anos depois da conquista sobre o Vasco, gol de Romerito. O herói da vez seria Emerson, o Sheik, protagonista da vitória sofrida sobre o Guarani, num Engenhão lotado. A festa ganharia as ruas, a Apoteose, a Gávea. Estenderia à PUC já esvaziada pelas férias, estampada nas camisas de jovens que ainda circulam pelo campus, no bandeirão da banca de jornal, nas conversas de assunto único.

Alguns vestiam suas camisas do Fluminense, outros traziam revistas, pôsteres. Em comum, o grande sorriso, a felicidade indefectível dos campeões.

O caminho da felicidade foi, no entanto, mais difícil do que se imaginava. Sem driblar os nervos, os comandados de Muricy pouco ameaçavam o rebaixado Guarani. Preocupavam os 40.905 torcedores que lotaram o Estádio João Havelange (Engenhão) e formaram na arquibancada o grande mosaico com incentivo “Juntos pelo Tri”. Aos 16 minutos do segundo tempo, a tensão seria, enfim, amenizada. Em jogada pela esquerda de Carlinhos cruzou, Washington desviou de cabeça e Emerson, oportunista, escorou para o fundo da rede.

O grito de “campeão” aguardava o desfecho das partidas igualmente dramáticas dos concorrentes Corinthias e Cruzeiro, contra reservas de Goiás e Palmeiras. Ambas estavam 1 a 1. A virada do Cruzeiro aguçaria ainda a ansiedade dos tricolores pelo apito final de Carlo Eugênio Simon. Quem assistia pela TV, como Leonardo Mamede, aluno de economia, vivia igual expectativa. Um “nervosismo bizarro”:

 Mauro Pimentel

– Estava esperando pelo título. Quando acabou o jogo, queria ter saído para comemorar, mas a minha rua encheu por causa da chuva – conta Leonardo, que só não foi não ao estádio por não ter conseguido ingresso.

Já Eduardo Pinheiro (foto), estudante geografia, conseguiu testemunhar de perto o tricampeonato (como bancam a torcida e a diretoria do Fluminense, à espera da oficialização do título de 1970), Aquele 5 de dezembro será o “melhor dia” da sua vida. Para o estudante, a conquista foi um "desabafo":

– Foi muito irado, louco, poder gritar "é campeão". Depois do jogo, fui com os amigos para o Baixo Gávea, lavar a alma naquela chuva.

Rafael Braga, do curso de engenharia, assistiu ao jogo com a família. Garante que antes do apito final já cantava “é campeão”. O colega Allan Roitman, também da engenharia da PUC, estava mais prudente. Ele reconhece que os minutos finais foram “sinistros”:

– Foi muito bom ser campeão. Ano passado o Flamengo teve essa oportunidade e agora o Fluzão. Foram cinco meses de tensão.

 Mauro Pimentel

Para Talita Brito, do curso de história, ver o jogo em casa foi “muito tenso”, pelos 26 anos sem o título do Brasileiro. A apreensão aumentou com a dificuldade da partida, diz ela, mas sucumbiu à satisfação da conquista:

– Foi uma sensação de alegria e alívio eu ver pela primeira vez meu time ser campeão do Brasileiro.

Domenica Verly (foto), aluna do curso de relações internacionais, lembra que o sofrimento havia começado antes, com a dificuldade dos torcedores em comprar ingresso. No fim, as horas de fila acabaram recompensadas: 

– Foi bom por ter ficado dez horas na fila – exagera.